A primeira bomba estava em um carro e teria como alvo uma patrulha da polícia que passava pela Praça Tayrun, no movimentado distrito de Rusafa, onde trabalhadores, em sua maioria xiitas, esperavam por trabalho.
Minutos depois, na mesma praça, um homem detonou uma caminhonete cheia de explosivos, depois de ter atraído para perto de si vários dos trabalhadores no local com ofertas de emprego.
A praça fica próxima à vários edifícios ministeriais e de uma ponte que cruza o rio Tigre em direção à área fortificada conhecida como “zona verde”, onde ficam o Parlamento iraquiano e as embaixadas dos EUA e da Grã-Bretanha.
Este foi o quarto ataque no mesmo lugar neste ano. A explosão ocorreu por volta das 07h00, horário local (02h00 hora de Brasília), quando a praça estava bastante movimentada.
A Praça Tayrun é um ponto de encontro em que trabalhadores como pintores, pedreiros, encanadores e carpinteiros se aglomeram para tentar arrumar trabalho para o dia.
Logo depois da explosão, tiros foram ouvidos na área. Não se sabe se o ataque contou com o envolvimento de policiais ou de insurgentes. A polícia diz que pelo menos 150kg de explosivos e munição foram usados nos ataques.
“Abelhas no mel”
Segundo a agência de notícias France Presse, testemunhas disseram que a primeira explosão fez com que as pessoas buscassem abrigo no outro lado da praça. Minutos depois, o caminhonete que estava atraindo trabalhadores também explodiu.
“Depois da explosão, ninguém estava de pé. Pensei que estavam todos mortos”, disse Khaled Nasser, um trabalhador que aguardava para conseguir emprego, à France Presse.
Ele disse que seus amigos foram “cortados ao meio, sem pernas” e que ele conseguiu achar a cabeça de somente alguns deles.
Khalil Ibrahim, 41, dono de uma loja, disse à agência Associated Press: “Depois da primeira explosão, vi algumas pessoas caindo no chão. Com a segunda, fui jogado contra a parede da minha loja e desmaiei”, disse.
BBC Brasil