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Aprovação de Morales cresce com contratos na área de petróleo

Pelos novos contratos, com vigência de 20 a 30 anos, a Bolívia ficará com quase três quartas partes do valor da produção e deixará o restante para as operadoras

A popularidade do presidente da Bolívia, Evo Morales, cresceu 13 pontos percentuais, para 63 por cento, após a assinatura de novos contratos de operação de companhias estrangeiras do setor de petróleo no país, mostrou nesta segunda-feira uma pesquisa independente.
A sondagem da Equipos Mori foi divulgada poucas horas antes de o presidente Morales enviar ao Congresso os mais de 60 contratos assinados entre 27 e 28 de outubro com oito petrolíferas, entre elas a Petrobras e a espanhola Repsol-YPF, no âmbito da nacionalização dos hidrocarbonetos decretada em maio.

A ratificação do Congresso, sem precedentes na história boliviana, é a segurança jurídica oferecida às companhias de petróleo pelo governo, que busca atrair investimentos necessários para cumprir com os compromissos de exportação de gás natural ao Brasil, Argentina e, eventualmente, a outros mercados.

De acordo com a pesquisa, divulgada pela agência estatal ABI, a aprovação à gestão de Morales subiu de 50 por cento, em meados de outubro, para 63 por cento agora, depois de ter atingido naquele mês o índice mais baixo de popularidade nos nove meses de governo do líder cocaleiro.

Outros 34 por cento consideraram negativa a administração de Morales e os três por cento restantes não opinaram, indicou o levantamento da Equipos Mori, empresa de estudos de opinião reconhecida na Bolívia.

O estudo mostrou também que 83 por cento dos bolivianos entrevistados respondeu que aprova os novos contratos, sob as quais as companhias estrangeiras estão submetidas à autoridade da estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), hoje proprietária de toda a produção de petróleo e gás.

Outros 10 por cento se mostraram contrários aos novos contratos e 7 por cento preferiram não responder, indicou o informe da ABI, que não divulgou os dados técnicos da pesquisa.

Pelos novos contratos, com vigência de 20 a 30 anos, a Bolívia ficará com quase três quartas partes do valor da produção e deixará o restante para as operadoras estrangeiras, como retribuição por seus serviços.

Na semana passada, o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, disse que a participação do Estado e das petrolíferas na receita gerada pela comercialização dos hidrocarbonetos variará de acordo com o montante do investimento, as características do produto e outros fatores.

Villegas acrescentou que a Bolívia espera que as oito empresas estrangeiras relacionadas com os novos contratos invistam pelo menos 3,5 bilhões de dólares entre 2007 e 2010 em prospecção e desenvolvimento de campos petrolíferos.

Esses investimentos devem não só garantir a continuidade das exportações atuais de até 37,7 milhões de metros cúbicos diários de gás natural ao Brasil e à Argentina como também outros 20 milhões de metros cúbicos adicionais já comprometidos ao mercado argentino a partir de 2010.

As exportações de gás —cerca de 2 bilhões de dólares este ano— representam metade das vendas totais da Bolívia ao exterior.

Reuters

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