Os advogados de Suzane von Richthofen vão tentar um último recurso na tentativa de adiar o julgamento da jovem, marcado para começar nesta segunda-feira. Mário Sérgio de Oliveira e Mauro Otávio Nacif vão pedir que o julgamento só seja feito depois que a sentença de pronúncia tenha sido transitada em julgado.
“Antes disso, ela fica impedida de exercer um direito dela de pedir para ser julgada fora da cidade de São Paulo. Nós entendemos que existe um vício já dentro da cidade, devido ao clamor público, nós entendemos que não seria apropriado ser aqui” , disse Oliveira à Agência Estado.
Um outro habeas-corpus deve ser pedido pela defesa ao Superior Tribunal de Justiça na segunda-feira. A intenção é impedir que a entrevista veiculada pelo programa Fantástico seja usada no julgamento. “Já temos uma parecer da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) dizendo que houve junção indevida de trechos de conversas de locais e tempos diferentes”, informou Oliveira.
Preparação
Neste sábado, os dois advogados de Suzane passaram quase cinco horas reunidos com ela na casa do tutor Demerval Barni, em São Paulo. “Nós estamos preparando a Suzane para tudo o que pode acontecer no júri, inclusive o encontro que ela vai ter com Daniel e Cristian, os irmãos Cravinhos” , explicou Oliveira. No domingo, os advogados devem voltar à casa de Barni para reler partes do processo e acertar os últimos detalhes da defesa.
A acusação arrolou como testemunhas para falar perante o júri policiais e parentes de Suzane – entre eles o irmão, Andreas – para provar que o engenheiro Manfred von Richthofen e a mulher, Marísia, foram golpeados enquanto dormiam porque tinham em casa uma filha capaz de planejar o crime para pôr as mãos na herança da família.
Já a defesa convocou amigos de faculdade, vizinhos da família e uma ex-empregada para descrever a trajetória de uma moça de conduta irretocável e temperamento doce, mas de cabeça virada por influência do rapaz que a iniciou na vida sexual e no uso de drogas.
Como será o julgamento
O destino de Suzane e dos irmãos Cravinhos será decidido por sete jurados, que serão sorteados de uma lista de 21 antes do início dos trabalhos. Acusação e defesa podem recusar, cada uma, até três pessoas. “Vou recusar homens e escolher mulheres. Só elas entendem como Suzane foi dominada pelo poder sexual de quem tirou a sua virgindade”, afirma o advogado de defesa Mauro Otávio Nacif.
A acusação vai falar primeiro. Durante pelo menos quatro horas, o promotor Roberto Tardelli deve esmiuçar a tese que expõe desde que pegou o caso. “Vou dizer ao júri que essa moça planejou friamente a morte dos pais. É uma assassina pelo motivo mais torpe: dinheiro”, afirma.
A promotoria pedirá a pena máxima para os três: 30 anos pela morte de Manfred e mais 30 pela de Marísia. Andreas von Richthofen, que tinha 13 anos quando os pais foram mortos, deve se apresentar como a principal testemunha da acusação.
Os defensores de Suzane vão alegar inexigibilidade de conduta diversa (não poderia agir de outra forma) e coação moral irresistível. “Se ela não tivesse conhecido o Daniel, seus pais estariam vivos hoje?” é a pergunta-chave lançada ao júri. As testemunhas vão relatar como a família von Richthofen tinha vida harmônica até a chegada de Daniel.
O advogado dos irmãos Cravinhos, Geraldo Jabour, tem evitado dar entrevistas. Ele deverá defender a tese de que a idéia de matar o casal partiu de Suzane. Em defesa dos Cravinhos, Jabour pretende investir no relato de que Suzane sempre reclamou dos pais e se mostrava insatisfeita com a censura em relação ao seu namoro. Os dois costumavam viajar escondidos dos pais dela. Apenas os pais de Daniel permitiam a relação.
Fonte: Terra
Advogados de Suzane ainda tentam adiar julgamento
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