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Simulações lembram dois anos dos mortos no tsunami

Milhares de pessoas na ilha de Bali, na Indonésia, participaram nesta terça-feira de uma simulação de evacuação para marcar dois anos da ocorrência do tsunami n

Milhares de pessoas na ilha de Bali, na Indonésia, participaram nesta terça-feira de uma simulação de evacuação para marcar dois anos da ocorrência do tsunami na Ásia. O objetivo do exercício foi preparar a população local para emergências e testar nova tecnologia.

No Sri Lanka, o governo declarou dia nacional de segurança e programou uma série de eventos para que a população obtenha informações sobre como lidar com situações de catástrofes naturais.

Sobreviventes e parentes de víitimas do tsunami no país acenderam velas, visitaram túmulos e realizaram minutos de silêncio coletivo.

Tsunami

No dia 26 de dezembro de 2004, um terremoto com magnitude de 9 graus na escala Richter provocou ondas gigantescas na Ásia, matando quase 250 mil pessoas.

Cerca de 170 mil pessoas morreram em Aceh, na Indonésia, e outras milhares morreram na Tailândia, Índia e Sri Lanka.

Para atrair a participação do público para a simulação em Bali, os organizadores realizaram um show. A simulação começou com o soar de sirenes aunciando um tsunami, depois do show.

O exercício envolveu ainda alertas em tempo real enviados de Jacarta para rádios na praia.

Mas a correspondente da BBC em Jacarta, Lucy Williamson, disse que um sistema pleno de alerta ainda está longe de ser concluído.

O sistema de sirenes ao longo da costa em Aceh, Bali e Sumatra Ocidental ainda não foi completado, diz Williamson, e a parte de artefatos de detecção em terra e mar ainda não está pronta.

O coordenador do governo responsável pelo novo sistema de alerta disse que os atrasos se devem a problemas de financiamento que só foram resolvidos recentemente.

Aceh

Em Aceh, muita gente visitou mesquitas e túmulos.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha disse que vários vilarejos na região continuam vulneráveis a desastres.

O porta-voz, John Sparrow, disse que "há muito pouco em termos de barreira entre as comunidades e o mar, e mesmo sem uma tsunami, marés altas estão entrando nas plantações de arroz e destruindo o cultivo".

No sul da Tailândia, sobreviventes e parentes de vítimas se reuniram para lançar flores ao mar em homenagem aos 5,4 mil mortos com o tsunami – a maioria deles, turistas.

Monges budistas realizaram orações e pessoas acenderam velas nas praias em cerimônias ao longo da costa de Andaman.

Também foi inaugurado um cemitério para centenas de vítimas não-identificadas.

Em Sri Lanka, o presidente Mahinda Rajapakse inaugura nesta terça-feira uma estátua gigantesca de um Buda em Peraliya, onde até mil pessoas morreram quando gingantescas ondas atingiram um trem, no pior desastre ferroviário do mundo.

Veículos em todo o país pararam para realizar dois minutos de silêncio em homenagem às vítimas do acidente, no momento em que, dois anos atrás, as ondas atingiram a área.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, fez um apelo nesta terça-feira para que a devastação do tsunami não seja agravada por um retorno da guerra civil ao Sri Lanka.

A violência no país, marcada pelo confronto entre o governo e militantes do grupo rebelde separatista Tigres Tâmeis, piorou depois da eleição de Rajapakse em novembro de 2005. Tido como linha-dura, Rajapakse prometeu rever o processo de paz e negou a possibilidade de maior autonomia para os rebeldes. 

BBC Brasil

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