Um dia depois de completar 40 anos, o cearense Franco comemorou hoje seu 40º título no Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia, ampliando sua posição de recordista de vitórias na competição. Franco e Pedro Cunha derrotaram Nalbert e Luizão (RJ/AM) por 2 a 0 (19/17 e 18/15). No feminino, Larissa e Juliana (PA/CE) asseguraram o oitavo título na competição este ano ao vencerem Virna, pela primeira vez em uma decisão, e Sandra Pires (RN/RJ) por 2 a 0, duplo 18/11. As duplas Bruno Schmidt/Bruno (DF/AM) e Ágatha/Shaylyn (PR/CE) completaram o pódio, que teve ainda a celebração do tricampeonato brasileiro, por antecipação, de Ricardo e Emanuel (BA/PR). O encerramento da temporada acontece daqui a duas semanas, em Brasília.
Na decisão masculina, o veterano Franco mostrou fôlego de garoto. E a vibração com a vitória foi de iniciante. A partida foi disputada ponto-a-ponto e o primeiro set só foi decidido em 19 a 17, com um belo bloqueio de Pedro Cunha. Na segunda parcial, este fundamento continuou fazendo a diferença para Franco e Pedro e eles abriram dois pontos em 8 a 6. Nalbert e Luizão não desistiram e seguiram na luta. Um contra-ataque de Franco, porém, fechou a partida em 18 a 15. O cearense Franco se virou para a arquibancada e fez o número 40, em referência ao seu aniversário e ao número de títulos no Circuito Banco do Brasil.
“Vocês não imaginam como foi difícil estar aqui disputando esta etapa, mas também foi muito gratificante. Foi meu aniversário ontem, hoje é o da minha esposa, e queria mandar um grande beijo para ela”, comemorou Franco, bastante emocionando com mais essa conquista:
“Quando recebi a homenagem ontem, ficaram dizendo que iriam matar o velho. Eu é que ainda vou matar muito garoto”, brincou o campeão.
Elogios ao parceiro
Franco não esqueceu de homenagear o parceiro, 17 anos mais novo. Inclusive, durante a partida, o cearense fez uma reverência a Pedro, depois que o jovem marcou dois pontos seguidos de bloqueio. O fundamento é uma das especialidades do veterano.
“Estou criando um monstro”, brincou Franco: “O Pedro está jogando muito e hoje deu uma aula de bloqueio”.
Pedro Cunha também tratou de elogiar muito o parceiro, um ídolo seu. O atleta carioca destacou o bom relacionamento entre eles e ressaltou como se ajudam dentro de quadra:
“É um orgulho ganhar um título com qualquer parceiro, ainda mais com o Franco. Ele é um grande companheiro e somos amigos. Eu estava ao lado dele quando ganhou o 39º título com 39 anos e agora ele ganhou comigo também o 40º título aos 40”, lembrou Pedro Cunha, feliz com o bom nível de resultados de sua parceria:
“Ganhamos o segundo título, estamos sempre no pódio, isso é importante. Queremos acabar bem o ano, para voltar em 2007 embalados e com muita confiança. Estamos no caminho certo”, comentou Pedro ainda meio zonzo com o desgaste provocado pelo forte calor em João Pessoa.
Um título em João Pessoa 15 anos depois
Franco, um dos remanescentes da primeira geração do esporte no país, participa do Circuito Banco do Brasil desde o primeiro ano, em 1991. Naquela temporada, o jogador ganhou em João Pessoa, com o então parceiro Roberto Lopes. Uma década e meia depois, ele vence na capital paraibana pela quarta vez.
“Depois de 15 anos ainda é uma honra estar na elite do esporte. Hoje aprendo mais do que ensino, mas gostaria de deixar essa lição de perseverança ao meu filho”, disse Franco, destacando os bons ares de João Pessoa:
“Sempre tive sorte aqui e gosto dessa torcida calorosa. Espero continuar com saúde e alegria para seguir atrás de novas vitórias”.
Ricardo e Emanuel comemoram o tricampeonato
Os campeões olímpicos Ricardo e Emanuel comemoraram hoje, oficialmente, a conquista do tricampeonato do Circuito Banco do Brasil da dupla do jeito que eles queriam: em João Pessoa, cidade que os “adotou” há quatro anos. Apesar de eliminados ainda na repescagem, e de terem terminado a etapa na 13ª colocação, Ricardo e Emanuel foram beneficiados pela eliminação de seus adversários na disputa do título, Márcio e Fábio Luiz (CE/ES).
Individualmente, este é o sexto título do Circuito Banco do Brasil do paranaense Emanuel, campeão também em 1994 e 1995, com Zé Marco, em 2001, ao lado de Tande, e em 2002 e 2003, com o atual parceiro Ricardo. Em 2006, a dupla venceu as etapas de Guarulhos, Campo Grande, Várzea Grande, Salvador, Fortaleza e no Recife.
“Esta foi uma temporada longa. Disputamos 25 campeonatos e o saldo foi muito melhor do que esperávamos. Acredito que, com tantas vitórias, foi o nosso ano mais consciente. Jogamos 12 torneios seguidos na Europa e conseguimos nos superar. Nossa regularidade foi importante, e merece o título de campeão brasileiro quem se mantém no topo o ano inteiro. Em termos de nível das duplas, acho que o Circuito Banco do Brasil é mais forte do que o Circuito Mundial”, disse Emanuel.
O baiano Ricardo chegou ao seu terceiro título individual no Circuito Banco do Brasil.
“Foi um ano muito bom. Vencemos 50 por cento das etapas no Brasil e dentro de um campeonato forte, que tem uma competitividade e um equilíbrio grandes. Cada um dos títulos teve um gostinho especial. O primeiro foi marcante por ter sido logo após a nossa união. O segundo também foi importante por ter sido consecutivo, e este, por ser em João Pessoa”, disse Ricardo.
Larissa e Juliana são tricampeãs em João Pessoa
Larissa e Juliana asseguraram o oitavo título na temporada do Circuito Banco do Brasil e o terceiro consecutivo nas areias de João Pessoa. A dupla terminou invicta a etapa. No final, uma homenagem: elas fizeram questão de, ao lado do técnico Reis Castro, “embalar” o nascimento do sobrinho de Larissa, Enzo.
“Não estamos mais cem por cento. Por isso mesmo, tratamos de fazer a nossa parte. O fato de termos conquistado em João Pessoa, há dois anos, nosso primeiro título, nos motivou ainda mais para esta final. Me lembro de todos os pontos daquela decisão contra a Shelda e a Adriana Behar”, afirmou Juliana, que contou com o apoio da família, que mora em Natal, a duas horas da capital paraibana.
A dupla sagrou-se bicampeã do Circuito Banco do Brasil com três etapas de antecipação. Este ano, além de João Pessoa, Larissa e Juliana venceram ainda em Curitiba, Guarulhos, Porto Alegre, Campo Grande, Várzea Grande, Fortaleza e Recife, e foram vice-campeãs em Joinville, Maceió e Salvador. Esta foi a 19ª final consecutiva da parceria na competição.
Virna: o segundo lugar é uma medalha de ouro
Virna disputou hoje, pela primeira vez, uma final no vôlei de praia. Nove meses depois de ter trocado as quadras pelas areias, a jogadora comemorou o resultado.
“Para mim, o segundo lugar é uma medalha de ouro. Por tudo o que passamos e pelo fato de ser uma adaptação difícil. Fiquei 40 dias parada no meio do ano por causa de contusão e de uma conjuntivite, e só agora estou começando a entender o jogo. Esse vice-campeonato é uma vitória. Só espero que isso seja uma referência para outras etapas, porque quero começar a beliscar outros bons resultados”, afirmou Virna.
Recordista de finais em uma única etapa, Sandra, que disputou sua oitava decisão nas areias em João Pessoa, também estava feliz com o resultado alcançado por sua dupla.
“Não esperava fazer uma final este ano pelo jogo que estávamos apresentando. É muito diferente para a Virna ficar parada 40 dias do que se fosse eu, por exemplo. Ela interrompeu uma fase de aprendizado, e agora, no meio do ano, tivemos que começar tudo de novo. Este segundo lugar foi acima das nossas expectativas. O objetivo era ficar entre o quinto e nono lugar”, admitiu a campeã olímpica em Atlanta e bronze em Sydney.
“Este resultado dá uma motivação a mais para a Virna, que se dedicou muito. Fico mais feliz por ela, e por toda a equipe, porque há um desgaste, uma cobrança. Sabia que seria muito difícil ganhar da Larissa e da Juliana, que estão em busca da perfeição, enquanto nós estamos atrás da adaptação”, ressaltou.
Para Sandra, sua dedicação e energia durante estes 15 anos de vôlei de praia são primordiais na conquista deste recorde de oito finais em João Pessoa.
Luizão destaca superação de Nalbert
A derrota na final não era o resultado esperado por Luizão e Nalbert, mas estar na decisão já foi um resultado a se comemorar. O ex-capitão da Seleção Brasileira quase não disputou a etapa por não estar com a coxa e joelho direitos 100%.
“Viemos para essa etapa pensando que ficaríamos em nono ou nada muito melhor. O Nalbert quase não treinou e foi uma grande demonstração de superação dele”, disse Luizão, que também comentou a decisão:
“Foi um jogão. Dominamos o primeiro set, mas desperdiçamos quatro contra-ataques na mão. Isso fez a diferença no jogo”.
Redação ClickPB
com Assessoria