O Brasil vai prender a respiração quando os primeiros acordes de “End of Time”, de Beyoncé, começarem a tocar na Bercy Arena, palco da ginástica artística em Paris, no dia 28 de julho.
E só vai respirar novamente um minuto e meio depois, quando Rebeca Andrade tiver terminado sua série de solo nas classificatórias das Olimpíadas.
Esse sentimento de que o mundo parou vai se repetir nas finais por equipes, do individual geral e por aparelhos, em momentos em que tudo vai se resumir a um tablado de 12×12 metros, no qual a campeã olímpica e mundial vai enfileirar saltos e acrobacias de tirar o fôlego.
Rebeca participou ativamente da escolha da música que embalará seu solo, que inclui ainda trechos de “Movimento da Sanfoninha”, de Anitta, e do “Baile de Favela” com o qual encantou o mundo em Tóquio 2020. Foi decisiva também na construção da coreografia com o coreógrafo Rhony Ferreira.
E tem treinado exaustivamente cada acrobacia e salto ginástico em busca da perfeição. Ela apresentou seu novo solo pela primeira vez no Mundial da Antuérpia, no ano passado. Desde então, acertou detalhes, mudou saltos de posição e incluiu movimentos em busca de décimos a mais e de um lugar no pódio.
O solo de Rebeca começa com pose de diva, mão direita na cintura, braço esquerdo e rosto apontados para o alto.
Faz passos de dança, interpretando a música de Beyoncé enquanto se prepara para a primeira passada: partindo com os pés juntos, ela faz uma pirueta para frente ligada, por um flic flac, com o Tsukahara grupado, que consiste em um duplo mortal com as pernas encolhidas junto ao peito emendado com uma pirueta – movimento inventado pelo ginasta japonês Mitsuo Tsukahara em 1970, e que na versão grupada tem valor 0,5.