O Ministério do Esporte irá injetar dinheiro numa ação para barrar os torcedores violentos dos estádios paulistas. Mas o sistema pode ser burlado.
A pasta custeará gastos com catracas eletrônicas e vans para cadastrar membros de organizadas. O cadastramento será feito por meio de um cartão magnético, com dados dos torcedores, inclusive fotos. Quem se envolver em confusão perderá o seu e não poderá ficar nos locais reservados às organizadas nos estádios.
Só algumas pessoas serão escolhidas ao passar pela catraca para conferir suas digitais.
Isso deixa uma brecha para quem já tiver se envolvido em atos violentos entrar. "Se todos fossem parados, as filas seriam longas", justificou Marco Aurélio Klein, representante do ministério na ação.
"Não farei uma projeção do investimento que faremos antes das licitações", disse o ministro Orlando Silva Júnior.
Elas ainda não foram marcadas, mas duas empresas já desenvolvem o projeto, batizado de "Cartão Torcedor".
Haverá também investimento nos estádios para criar as áreas a serem isoladas. No caso do Pacaembu, isso representa gastos para a prefeitura. Lá serão reservados 5.000 lugares. Eles serão separados por grades, o que a Fifa não sugere.
Mudanças também são estudadas no Parque Antarctica e na Vila Belmiro. Praticamente nada mudará no Morumbi.
O Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, também terá as catracas especiais. As demais arenas só receberão o equipamento em dias de jogos dos times grandes.
O cadastramento nas sedes das organizadas começa em janeiro. Como a idéia é colocar o projeto em prática desde o início do Paulista, no primeiro mês do ano, o governo federal terá de correr com as licitações.
A Ingresso Fácil, parceira da FPF na venda de bilhetes, e a Biz, responsável pela parte tecnológica, levam vantagem. Trabalharam no sistema e cadastraram os líderes das organizadas na sexta na federação.
O cartão será gratuito. O torcedor paga somente o valor do ingresso cada vez que for recarregá-lo. Mas, se perdê-lo, dará R$ 50 pela segunda via.
Fonte: Folha de S.Paulo