A metade da equipe de Serra Leoa que participa dos Jogos da Commonwealth (Comunidade Britânica de Nações), em Melbourne, desapareceu da vila dos atletas, informaram fontes da delegação do país africano. Hoje, sumiram outros quatro.
Os dois últimos a desaparecer foram os ciclistas, que abandonaram a vila ontem à tarde, após telefonar para o treinador dizendo que tentariam ficar na Austrália, disse o membro da delegação Robert Green.
“O treinador me disse que ontem à noite falou com os ciclistas por telefone e que eles comunicaram que não queriam voltar a Serra Leoa”, disse Green.
Os delegados de Serra Leoa não deram os nomes dos ciclistas, mas apenas dois atletas integram o quadro desta modalidade na delegação de Serra Leoa: Alhassan Bangura e Mohammed Sesay, ambos 26 anos.
Hoje de manhã, a equipe anunciou que dois de seus boxeadores, Gibrilla Kanu e Lie Kargbo, não tinham retornado à vila na quarta-feira à tarde.
Onze dos 22 atletas de Serra Leoa desapareceram até o momento. Sete deles sumiram na terça-feira.
Green destacou que a deserção foi um duro golpe para a equipe, mas esperava o apoio de todos os australianos para com os demais atletas, incluindo a equipe de 4 x 100 metros rasos.
“É duro, mas Serra Leoa veio aqui para participar, treinar e construir uma base atlética para o futuro”, acrescentou Green.
Serra Leoa é um dos Estados mais pobres do mundo e foi castigado por uma guerra civil nas últimas décadas.
Há quatro anos, 70% da equipe de Serra Leoa – 21 de um total de 30 atletas – desapareceram durante os Jogos da Commonwealth em Manchester.
A Polícia do estado de Victoria está procurando 13 desportistas, incluindo o boxeador tanzaniano Omari Idd Kimweri e o velocista de Bangladesh Mohammad Tawhidul Islam, que abandonaram a vila na segunda-feira.
O primeiro-ministro da Austrália, John Howard, disse hoje que as circunstâncias de cada atleta que solicitar asilo serão analisadas individualmente.
“Nós não outorgamos asilo a pessoas que abandonam equipes esportivas a menos que tenham razões de peso. Mas deverão ser razões muito poderosas”, indicou Howard.
EFE
