Waguinho Dias, Treze-PB - Foto: Divulgação
Após a campanha ruim na Copa do Nordeste e as eliminações precoces no Paraibano e na Copa do Brasil, o Treze vive o seu melhor momento na temporada. O Galo garantiu a classificação ao mata-mata da Série D do Brasileirão, com três rodadas de antecedência, e está vivo na briga pelo acesso à Terceira Divisão, o principal objetivo da temporada.
Em entrevista ao Click PB, o técnico Waguinho Dias não se mostrou surpreso com o feito. O treinador também falou sobre a sua chegada ao clube, analisou o momento do Galo na Série D, além de projetar a fase eliminatória da competição, onde pregou cautela mas não descartou a conquista do título.
Click PB – Qual a sua avalição do momento atual do Treze?
Para eu falar do atual momento, eu tenho que falar da mudança de diretoria que esse clube teve. Há dois anos atrás, infelizmente, não estava numa situação boa de gestão financeira. O atual presidente, Arthur Bolinha, trouxe credibilidade e trouxe mais pessoas pra trabalhar no clube. A partir de então, começou-se a ter trabalho por setores, aonde culminou com a minha contratação. Além disso, deram todas as condições para que a gente pudesse montar uma equipe, ter ali o dia-a-dia de trabalho em ordem.
Então, todo esse momento agora não é surpresa, por causa do trabalho interno que vem ocorrendo, por causa de uma trabalho da diretoria. Tudo isso aqui que tá acontecendo agora, justamente, é por um bom trabalho de todos.
Click PB – Como foi a sua chegada no Treze? Ficou surpreso com a rápida assimilação dos atletas ao seu estilo de jogo?
Não houve surpresa, porque a maioria dos atletas que eu consegui fazer a contratação e trazer, já conheciam o meu trabalho, o meu estilo, os meus conceitos de jogo. E nesses conceitos, os outros assimilaram muito rápido. Mas eu acredito que seja muito mais por causa também do entrosamento que esses outros já tinham comigo. Então, quando veio o resultado, ele traz o que pro grupo? Confiança.
Eles compreenderam os conceitos, eles entenderam que eu gosto de um futebol bonito, ofensivo, propondo jogo, marcação alta, jogando em cima do adversário. O resultado veio, aí sim a confiança dos resultados faz surgir um bom trabalho. Então eu não fiquei surpreso justamente porque os atletas todos entenderam muito rápido em treinamento, e no jogo corresponderam.
Click PB – Qual a sua expectativa e quais são os objetivos do Treze na sequência da Série D?
Eu costumo trazer para o elenco o “fase a fase”. Então, o primeiro objetivo era classificar em primeiro, para que você possa decidir o mata-mata em casa. Quando vem o mata-mata, aí, como eu disse: é fase por fase. Então, nós temos agora que entender o nosso próximo adversário, que vai sair só na última rodada. Mas, da mesma maneira que nós estamos estudando, procurando ver do outro lado, eles também estão. Hoje nós temos que fazer todo o nosso treinamento em cima de variações, para que a gente possa, quando entrar o mata-mata, surpreender o adversário, estar numa situação melhor.
A primeira situação é fase a fase. Nós temos três eliminatórias para, no último jogo, pensar no acesso. Mas é lógico, você tem que ter uma meta grande, um objetivo grande. Mas não adianta pensar em título se não tiver classificado. Não adianta pensar em título se não passar o mata-mata. Então hoje o nosso pensamento é no mata-mata, o título ainda não.
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Click PB – Quais são as principais desafios de treinar um clube de baixo orçamento?
O desafio maior é entender o momento do clube, quais as condições financeiras que o clube te oferece. Dentro dessas condições, o melhor possível é tentar trazer atletas que tenham o perfil do momento de uma quarta divisão e entendam que se eles estão aqui é para realmente buscar algo melhor ainda. Então eles precisa viver o dia a dia do clube, precisam entender que nesses momentos alguns vão ter dificuldades. Mas não tem problema em ter dificuldades, desde que você esteja preparado para elas.
Então, a partir do momento que você entra na realidade do dia a dia, você tem que desenvolver o teu melhor. É isso que eu falo todo dia com cada um. Se você está aqui, você tem que entregar o melhor que você tem. E para que você possa voltar a um mercado maior, depende do resultado. O resultado depende do trabalho. Nós temos que trabalhar em cima de todas as situações possíveis que nós possamos ajudar um aos outros.
Ou seja, eu procuro fazer do ambiente familiar. Nós ajudamos a todos, nós estamos juntos em todos. São pessoas que estão vindo de outros estados, de outras culturas. Então aqui no dia a dia tem que se sentir bem. A partir do momento que o ser humano se sente bem e ele está com moral, ele vai desenvolver o melhor. Se ele foi contratado, é porque acredita no potencial. Então é assim que eu trabalho.
