O grito de campeão, entalado na garganta há oito anos, foi solto com toda a vontade pela torcida alvinegra após o apito final do árbitro. Neste domingo, no Maracanã, o Botafogo confirmou o favoritismo, venceu novamente o Madureira, por 3 a 1, e conquistou seu 18º Campeonato Estadual, um título histórico sob vários aspectos. Dodô completou a festa com dois gols e a artilharia isolada da competição. Reinaldo fechou o placar.
O título será inesquecível por muitos motivos. Primeiro, porque tirou o Botafogo da “fila”. Desde 1998, quando levou o Torneio Rio-São Paulo, o clube da Estrela Solitária não ganhava um campeonato inteiro. De lá para cá, o time só conseguiu, neste ano, ser campeão da Taça Guanabara, que corresponde apenas ao primeiro turno do Estadual.
Durante o longo jejum, a torcida alvinegra sofreu bastante. Em 2002, amargou o rebaixamento da equipe para a Série B do Brasileiro. No ano seguinte, teve uma alegria com a volta do time à primeira divisão, mas padeceu outra vez em 2004 com séria ameaça de novo rebaixamento do início ao fim do campeonato.
Mas o Botafogo começou a se recuperar no ano passado, quando voltou a disputar uma fase decisiva no Estadual e terminou o Brasileiro na nona colocação. A campanha na Série A foi a melhor dos últimos dez anos, garantiu ao time uma vaga na Copa Sul-Americana deste ano e recolocou o clube numa competição internacional depois de uma década.
Contudo, ainda faltava um título para coroar esta reabilitação histórica. E para isso, nada como o Estadual de 2006, que tem um charme especial: o campeonato deste ano marca o centenário da competição, que foi disputada pela primeira vez em 1906. O troféu, uma réplica do Maracanã, foi levantado pelo capitão Scheidt.
Além disso, o Botafogo era, entre os grandes clubes do Rio, aquele que não conquistava o Estadual havia mais tempo – nove anos. A última vez que os alvinegros puderam tirar sarro dos rivais cariocas foi em 1997, quando o time se sagrou campeão em cima do Vasco.
Para completar, o título estadual foi inédito para o time. Todos os onze titulares nunca haviam sido campeões no Rio. Em todo o elenco, apenas o lateral-esquerdo Júnior César, reserva, já tinha conquistado este torneio, pelo Fluminense, em 2002.
Para outros sete titulares (Lopes, Rafael Marques, Bill, Thiago Xavier, Diguinho, Joilson e Reinaldo), este ainda foi o primeiro título profissional de primeira divisão das suas carreiras.
Por tudo isso, o título estadual também dá moral à equipe alvinegra para a seqüência do Botafogo na temporada. No próximo domingo, o time estréia no Campeonato Brasileiro contra o Fortaleza, no Maracanã.
O jogo
Os times entraram em campo cautelosos. O primeiro lance a levantar a torcida foi aos 12min, quando Bill tabelou com Dodô na esquerda, invadiu a área e caiu na dividida com um adversário, mas o árbitro não marcou pênalti. Dois minutos depois, o Botafogo deu o primeiro chute a gol, com Zé Roberto, da entrada da área, nas mãos do goleiro.
Até que, aos 18min, o Botafogo abriu o placar numa especialidade de Dodô: golaço. O atacante recebeu passe de Joilson na entrada da área e chutou para o alto, a bola descaiu e encobriu o goleiro, entrando próxima ao seu ângulo esquerdo.
A partir daí, o Botafogo diminuiu a pressão no Madureira e passou a valorizar mais a posse de bola. O Tricolor Suburbano não encontrava forças para tentar reverter uma vantagem que passou a ser de três gols e também pouco ameaçou.
Mas Dodô, inspirado, voltou a levantar a torcida antes do fim do primeiro tempo. Aos 48min, ele cobrou falta da entrada da área e acertou a trave esquerda do goleiro.
O Botafogo foi para o vestiário sob os gritos de “é campeão” e retribuiu à torcida ampliando a vantagem logo aos 3min do segundo tempo. Reinaldo dominou da grande área, pela direita, e tocou em profundidade para Zé Roberto. O meia chegou antes do goleiro, que saiu com tudo e rolou no meio para Dodô, que só empurrou a bola para o fundo do gol vazio e se tornar artilheiro isolado.
O Madureira virou franco atirador e diminuiu a vantagem aos 11min. Fábio Júnior invadiu a grande área, passou pelos zagueiros do Botafogo e tocou na saída do goleiro Lopes.
Aos 21min, o Madureira chegou novamente com perigo. Marcus Vinícius recebeu lançamento pelo alto na área, pela direita, matou no peito e tentou o chute, mas Lopes saiu na hora certa para abafar.
O Botafogo respondeu aos 25min. Zé Roberto recebeu na entrada da área, de frente para o gol, sem ninguém na sua frente, mas chutou rasteiro para fora, à esquerda do goleiro Renan. Dez minutos depois, o alvinegro fez mais um. Reinaldo recebeu passe no meio, invadiu a grande área e tocou rasteiro na saída do goleiro, colocando no seu canto direito.
Depois, a torcida completou a festa com gritos de olé a cada toque na bola dos jogadores do Botafogo. Após o apito final, foi só comemorar.
MADUREIRA
Renan; Marcus Vinícius, Paulo César, Odvan e Paulo Roberto; Roberto Lopes, Djair, Maicon (Marquinhos) e Josafá (Rafael); João Rodrigo (Fábio Júnior) e André Lima
Técnico: Alfredo Sampaio
BOTAFOGO
Lopes; Ruy, Rafael Marques, Scheidt e Bill (Júnior César); Thiago Xavier (Ataliba), Diguinho, Joilson (Glauber) e Zé Roberto; Reinaldo e Dodô
Técnico: Carlos Roberto
Local: estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Wagner Tardelli
Assistentes: Manoel do Couto Pires e Marcelo Fonseca Duarte
Cartões amarelos: Josafá (M), Paulo Roberto (M), Scheidt (B), André Lima (M), Reinaldo (B), Roberto Lopes (M), Dodô (B), Odvan (M)
Gols: Dodô, aos 18min do primeiro tempo; Dodô, aos 3min, Fábio Júnior, aos 11min e Reinaldo, aos 35min do segundo tempo
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Com festa completa, Botado Rio ganha título histórico
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