Apesar de possuir acordos de patrocínios milionários e capitalizar ao máximo a preparação da Seleção Brasileira para a Copa da Alemanha, a Confederação Brasileira de Futebol não está quite com o Governo Federal. De acordo com reportagem publicada no site Contas Abertas, a entidade sofre uma ação de execução fiscal no valor de R$ 2,4 milhões.
Provocado pelo vencimento do Imposto de Renda de 2002, o processo tramita na 4ª Vara de Execução Fiscal do Rio de Janeiro. Questionada pela reportagem do Terra, a assessoria de imprensa da CBF adiantou que a entidade pretende se manifestar sobre o assunto por meio de seu site oficial ainda nesta segunda-feira.
A instituição ainda não montou sua estratégia de defesa, mas, segundo os números publicados hoje, a falta de dinheiro não serve como justificativa pela dívida. Apenas a estadia da Seleção Brasileira em Weggis teria rendido à CBF cerca de US$ 4 milhões, quase o dobro do valor suficiente para acertar a pendência com os cofres públicos.
A situação irregular da entidade esportiva também foi comprovada através do Cadin, banco de dados que registra o nome de pessoas físicas e jurídicas em débito com órgãos federais. Como o CNPJ da CBF não garante um certificado de regularidade junto ao FGTS, a instituição também pode ter problemas com a Caixa Econômica Federal.
Somadas, as dívidas da CBF, dos clubes e das federações para com a União chegam a aproximadamente R$ 1,1 bilhão. Os números foram fornecidos pela Secretaria da Receita Previdenciária após o último balanço. Sonegação, inadimplência e fraudes são as principais irregularidades cometidas pelos dirigentes.
Criada com o objetivo de analisar o contrato entre a CBF e sua fornecedora de material esportivo, a CPI instalada em 2000 comprovou uma série de irregularidades praticadas na entidade e nas federações locais, como uso indevido de recursos e doações ilegais. A investigação, no entanto, teve poucos resultados práticos.
Redação Terra
