Esporte

Brasil tem que aprender a jogar sem a bola, diz Parreira

Apesar de a seleção brasileira estar há cerca de oito meses sem um jogo oficial, o técnico Carlos Alberto Parreira não tem a menor pressa para fazer treinos col

Apesar de a seleção brasileira estar há cerca de oito meses sem um jogo oficial, o técnico Carlos Alberto Parreira não tem a menor pressa para fazer treinos coletivos ou interesse em muitos amistosos antes da estréia na Copa da Alemanha, contra a Croácia, no dia 13 de junho.

O plano da comissão técnica é recuperar jogadores que ainda não estão em perfeita forma, como Ronaldo, organizar mentalmente o time nas palestras noturnas, dar uma base sólida de descanso e repouso e buscar o único detalhe que falta para uma seleção de “celebridades”, como ele definiu o time em um momento da entrevista coletiva que concedeu nesta quinta-feira em Weggis, onde o Brasil se prepara para o Mundial.

“Precisamos arrumuar o time sem bola. Com a bola nos pés eles já sabem tudo. Têm capacidade de decisão, criatividade, habilidade. Precisamos dar uma textura tática à equipe para que ela fique arrumada sem a bola”, disse Parreira.

Com poucos coletivos, no máximo um antes do dia 30, quando o Brasil faz o primeiro de seus dois amistosos pré-Copa, contra a seleção de Lucerna, Parreira sabe que sua equipe não estará pronta antes da estréia.

“Com certeza o time não vai estrear em condições ideais. Ele vai se ajustando durante a competição, vai crescer durante a Copa”, disse o treinador, lembrando que está concentrado numa evolução de longo prazo e avisando dos riscos que a equipe corre se não evoluir como ele espera.

“Tem que crescer, senão não leva o título”, disse ele.

O técnico brasileiro se vê nas mesmas condições de temperatura e pressão de sua passagem anterior pelo time. “Naquela época (na Copa de 1994) tínhamos muita pressão porque deveríamos romper um hiato de 24 anos sem títulos. Agora é para manter o título. A pressão é a mesma. Temos que manter um padrão de excelência, o que é muito difícil”, falou.

Parreira pretende montar um time solidário, competitivo e com espírito de campeão, e para isso conta com o apoio e o carinho da torcida suíça que lota o miniestádio onde o Brasil trabalha todos os dias.

“A torcida é positiva, tem massageado bem o ego dos jogadores sem prejudicar o ritmo de trabalho”, disse ele numa entrevista em que não foi o mais simpático com os jornalistas e não achou a menor graça em responder perguntas de jornalistas estrangeiros sobre a qualidade e os defeitos de outras seleções.


Reuters

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