O Brasil adiou o sonho de conquistar pela primeira vez na sua história o título de campeão mundial feminino de vôlei, ao perder a final para a Rússia, por 3 sets a 2 (15/25, 25/23, 25/18, 20/25 e 15/13), em Osaka, no Japão, nesta quinta-feira.
A equipe repetiu assim a melhor posição já atingida num Mundial até agora. Em 1994, o Brasil, em casa, havia perdido para Cuba a final.
A Seleção Brasileira havia chegado invicta à final. Mas foi derrotado pelos próprios erros e pela força do ataque russo, em que Gamova brilhou, marcando 24 pontos. Com mais quatro marcados no bloqueio, ela foi a melhor jogadora da decisão.
No tie-break, o Brasil chegou a ter a vantagem de 13/11, mas sofreu quatro pontos seguidos, os dois últimos de bloqueio. O fundamento foi outra arma importantíssima da Rússia, garantindo 12 pontos ao longo de todo o jogo, contra apenas seis do Brasil.
Sheilla foi a melhor atacante do Brasil, com 20 pontos, e a maior pontuadora, com um total de 22.
"Estamos muito tristes por não conquistar este título. Mas o grupo está de parabéns, porque jogou muito bem e lutou até o fim", disse a líbero Fabi, tentando conter as lágrimas.
O jogo começou como se esperava de uma final de campeonato. Duas equipes de qualidade disputando ponto a ponto, com muito equilíbrio.
As russas eram lentas, mas se mostravam implacáveis nos contra-ataques. Fabiana foi fundamental para desequilibrar. Ela marcou três pontos diretos de saque numa seqüência de quatro. Mesmo a bola defendida pela Rússia foi difícil e proporcionou um contra-ataque bem aproveitado pelo Brasil. O resultado foi uma vantagem de 17/13.
Mais um ponto de saque, desta vez com Sheilla, desmontou de vez a defesa da Rússia. O técnico tentava de qualquer forma consertar o passe, mas em vão. O Brasil abriu 23/14 explorando os ataques de Sheilla e Jaqueline, que fechou em 25/15 com um ace.
No segundo set, porém, a Rússia acertou a sua defesa. Fofão bem que tentou variar as jogadas, buscando ataques rápidos pelo meio com Fabiana, mas as duas seleções foram se alternando à frente do marcador sem abrir vantagem. Entraram Mari e Carol Gattaz, mas o panorama se manteve.
Com 23/23, Akulova marcou um ponto de saque. Em seguida, Sheilla atacou para fora, dando à Rússia a vitória por 25/23 em 25 minutos.
As pontas Gamova e Sukolova, que já tinham acertado a mão, continuaram levando o Brasil à loucura no terceiro set. Godina forçou o saque para quebrar a defesa brasileira e dar à Rússia uma vantagem de 11/6.
Daí em diante a situação só piorou. As brasileiras não conseguiam se encontrar e, com seus erros, facilitavam o trabalho da Rússia, desperdiçando bolas atravessadas de graça. Tanto que o 25° ponto saiu de um toque na rede do bloqueio brasileiro. O placar de 18/25, em 23 minutos, foi o pior do time num set em todo o Campeonato Mundial.
A péssima atuação acordou o Brasil. Acertando o saque e principalmente o bloqueio, a Seleção voltou a equilibrar as ações e aos poucos voltou a se impor, abrindo 21/17. Sheilla encarou a marcação russa e marcou pontos importantes.
Com moral, o time acertou até uma bola que parecia perdida, com a líbero Fabi levantando para Mari, do fundo, cravar a bola na quadra adversária e fazer 25/20, em 24 minutos.
O tie-break foi nervoso. Houve até um princípio de desentendimento quando o técnico da Rússia contestou uma marcação do árbitro. Mas no fim prevaleceu a força do bloqueio russo. Sheilla parou na muralha Merkulova e o título mundial brasileiro ficou para a próxima.
EFE