Uma dupla de ciclistas brasileiras, credenciada para a disputa dos Jogos Paraomlímpicos de Guadalajara, quase não embarca para participar da competição, que acontece no México, a partir deste sábado. Maria Marleide da Silva, que possuí deficiência visual, e a piloto da dupla, Nelma Raizer, só conseguiram patrocínio para comprar a bicicleta adequada e as passagens aéreas a poucos dias da disputa.
Concorrente a uma vaga nas Paraolímpiadas de 2012, em Londres, Marleide da Silva poderá disputar a prova na categoria Tandem em Guadalajara graças ao incentivo da assessoria esportiva Selva Aventura. Além de passagens, suplementos e vestimentas, a patrocinadora ofereceu a bicicleta da dupla, que tem características específicas para o ciclismo paraolímpico: o quadro é extendido e possuí dois assento. A deficiente visual fica atrás, enquanto a guia fica na frente, sendo que as duas podem pedalar.
Marleide da Silva, 41 anos, e Nelma Raizer, 52, são tricampeãs brasileiras de triathlon e tetracampeãs paulistas de ciclismo na categoria Tandem. Com acesso garantido nas seletivas para o Parapan, mas sem dinheiro e apoio para participar do evento, Marleide nunca desanimou, provando mais uma vez que é exemplo de superação. “Em nenhum momento achei que não iríamos. Muito pelo contrário”, disse.
Além de poder lutar pelo pódio no Parapan de Guadalajara, Marleide e Nelma estão entusiasmadas com a possibilidade de se credenciarem para as Paraolímpiadas de 2012. “Muita coisa está em jogo nessa nossa ida”, afirma Marleide. “Estamos confiantes na nossa participação”.
A competição de Tandem em Guadalajara consiste em quatro momentos de corrida, em dois velódromos, sendo cada um com 250 metros. A primeira é de velocidade, em circuito de 500 metros. A segunda, tem 4 mil metros e é de perseguição; a terceira é de 20 km e também é de velocidade, enquanto a quarta é de resistência e será a mais longa, com 80 km.