Quando não há trabalho naquilo que se gosta, é preciso buscar outras formas de se sustentar. Como as competições são poucas, atletas de esportes radicais, como patinação in line e bicycle stunt, se aventuram em atividades inusitadas para ganhar o pão de cada dia.
Um grupo liderado pelos melhores bikers de vertical do país passou, no fim do ano passado, três meses na Arábia Saudita. Melhor brasileiro nos X Games Latino-Americano de 2003, Clayton de Araújo, o Cebola, e os amigos Ednílson Rodrigues, o Pardal, – campeão em 2002 -, Cunhado, Mike e Alessandro trabalharam em um circo fazendo acrobacias com suas bikes.
– Não rolou nenhuma competição internacional no ano passado. Um empresário de um circo nos convidou. Pegamos um verão forte. A temperatura chegava a 48 graus. Trabalhávamos todos os dias, de segunda a segunda, em três apresentações de cinco minutos por dia – conta Cebola.
Apesar do sacrifício, a aventura compensou.
– Ganhamos em dólar e não precisávamos ficar treinando muito. Era só fazer as manobras que estamos acostumados – conta.
Já o patinador Alexsandro Rodrigues, o Cigano coleciona tombos no halp pipe e nas ruas. Ele trabalha como moto boy em uma farmácia de São Paulo. Marco de Santi, César Andrade e Rafael Lima, o Moranga, estão no Cirque du Soleil.
Em janeiro, Cigano juntou o que sobrou do salário para disputar o Rio Vert Jam, e terminou em décimo.
– Patinação é diversão. Apesar de gastar para competir, sempre vale a pena – conta.
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