Estamos encurralados no CCP. Essa frase é sem dúvida, a mais freqüente dentro do CCP (Centro Comercial de Passagem) da Capital paraibana. Os ambulantes continuam reivindicando melhores condições para trabalho no CCP, inaugurado há pouco mais de um mês, pelo prefeito Ricardo Coutinho. A revolta é constante e generalizada, pois falta água, cobertura e banheiro, ou seja, faltam as condições mínimas de sobrevivência.
Os ambulantes reclamam ainda pela falta de clientes e acreditam que isso é fruto da falta de estrutura do Centro Comercial de Passagem. “Fui muito prejudicada nas vendas”, disse Maria das Neves, ambulante que se mostra indignada com o descaso da Sedurb (Secretaria de Desenvolvimento Urbano). “É muito apertado, meu sonho é trabalhar num local digno”, complementou Antônio Amaro, também ocupante do Centro.
Enquanto nossa equipe de reportagem estava no CCP, vários ambulantes chegavam com um saquinho de água para beber. “Todos os dias compro água, porque aqui não tem”, lamentou uma comerciante do local. Porém, a falta de água não é o único problema que os ambulantes enfrentam, eles dividem o pequeno espaço, com o calor, inclusive algumas pessoas já passaram mal devido à alta temperatura.
Os camelôs disseram que estavam revoltados com o prefeito Ricardo Coutinho e lembraram que quando o mesmo estava em campanha, andava ao lado dos ambulantes, dizendo que lugar de camelô era na rua. “O prefeito nos enganou. Estamos sofrendo muito aqui e ele não faz nada”, disse José Medeiros.
Os ambulantes ainda disseram que a situação é crítica, até mesmo porque quando eles escapam do calor intenso, sofrem com a chuva.”Precisamos de alguma solução, precisamos trabalhar”, revelou o comerciante.
Valéria Sinésio
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