Com um histórico de crescimento bem acima da média nacional, o setor de franquias registrou um avanço real (descontado inflação) de 10% em 2005, movimentando cerca de R$ 34,4 bilhões, e já projeta manter esse desempenho em 2006, puxado principalmente pelo setores de alimentação e educação. Os dados, que serão divulgados oficialmente na próxima semana pela Associação Brassileira de Franquias (ABF), estão sendo antecipados pelo DCI e apontam para a consolidação de um setor que já se posiciona como o terceiro maior no ranking mundial. “É importante o crescimento consistente que assistimos nos últimos anos”, diz o diretor da ABF, João Batista.
Alguns setores, no entanto, estão avançando mais do que outros: o ramo de alimentação atingiu 15% de crescimento no ano passado, ante 13,8% em 2004; e o de educação deve continuar mostrando o mesmo vigor de crescimento de 2004, ou 12,3%. “Esse segmentos são os mais bem estruturados do setor, com tradição muito forte e por isso são muito representativos no franchising”, comentou.
Batista afirmou também que vê positivamente o cenário político econômico, mas a alta tributação ainda pode causar “estrangulamentos” no crescimento da categoria.
Em alimentação, o Bob’s teve grande destaque em 2005. A rede conseguiu estar presente em todos os estados brasileiros, com um crescimento em lojas de 20% e faturamento de R$ 350 milhões, 29% a mais do que o registrado em 2004. “Em 2005 abrimos 105 pontos-de-venda e colocamos nossa bandeira em praças que vínhamos almejando há algum tempo”, afirma o diretor de marketing, expansão e franquias do Bob’s, Flavio Maia.
Para 2006, a expectativa é de 25% de crescimento em lojas para terminar o ano com 560 pontos-de-vendas. Já o Rei do Mate avançou 11% no ano pasado, e tem perspectiva de manter esse índice em 2006. Foram abertas 31 lojas em 2005 o que totalizou 201 unidades no País. Segundo Batista, que também é diretor de franquia da rede, o resultado se deu porque muitos novos investidores apareceram. “Soubemos aproveitar o bom momento do segmento, com o lançamento de novos produtos”. Para 2006, a rede espera expandir em mais 30 lojas, principalmente com os que já são franqueados. Em 2005, 58% das lojas foram abertas por franqueadores que já tinham uma unidade.
Retração
Mas se alguns gannham, outros perdem. O segmento de foto, gráfica e sinalização, por exemplo, que sofreu com as novas tecnologias, vem perdendo mercado no franchising. Mas já estão se adaptando para buscar soluções digitais, o que pode fazer com que o setor volte a crescer. Em 2004, a participação no franchising foi de 4%. “Ainda vamos sentir cair o mercado por algum tempo, mas as redes já estão se mobilizando para a mudança”, continuou Batista.
O setor do vestuário, apesar de continuar representativo, em 2005 teve índice de 6,6% de crescimento, menor que no ano anterior. A previsão é que repita o índice para este ano.
Esporte, saúde e beleza
O setor de esporte, saúde, beleza e lazer também tem grande representatividade no franchising. O histórico de crescimento mostra que já é um setor maduro e consolidado. Em 2003, por exemplo, o segmento apresentou resultados positivos de 16,8% contra os 16% de 2004. Para os próximos anos, segundo Batista, os números continuarão positivos, mas com menos chance de crescimento, porque as marcas já estão estabelecidas. “É mais difícil de aumentar a base, mas ainda há muito potencial”, continuou Batista. Nessa área destaca-se O Boticário, rede com o maior número de franquias no Brasil, com mais de 2,3 mil unidades, e que fechou 2005 com crescimento de aproximadamente 20% em relação ao ano anterior. O faturamento da rede girou em torno de R$ 2 bilhões, frente aos R$ 1,9 bilhões registrados em 2004. A expectativa é de manter o mesmo crescimento em 2006.
No ano passado, o Boticário abriu 40 lojas no Brasil e já tem um plano de internacionalização com 55 lojas espalhados por 24 países. Na área de saúde, a Farmais cresceu 12% em 2005 sobre o ano anterior, com 615 lojas espalhadas pelo Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Foram 55 unidades em 2005 e a expectativa é de mais 85 em 2006, a maioria abertas por franqueados, já que o sistema de franquias contribui para a expansão da marca.
Turismo
Em Hotelaria e Turismo, de acordo com Batista, a representatividade no mercado ainda não é grande, já que em 2004, o setor contribuiu com 2% do faturamento total do setor. Apesar disso, há uma grande potencial esperado desse segmento. “Espera-se um crescimento expressivo em hotelaria e turismo, mas é mais para médio e longo prazo”, afirmou Batista.
A rede de hotéis Accor, por exemplo, que hoje tem 133 hotéis em 53 cidades, divididos em seis bandeiras — Sofitel, Novotel, Mercure, Ibis, Formule 1 e Paternon — movimentou R$ 620 milhões em negócios, um incremento de 13% em relação a 2004, com a abertura de 11 unidades. Para este ano, a expectativa é de abrir mais 10 hotéis. Segundo o gerente de franquias da Accor, Amilcar Mielmiczuk, “ainda há um espaço enorme para crescer em franquias na rede. Em cinco anos deveremos assistir a um boom de franquias na Accor do Brasil”. Em dez anos, planeja-se que as bandeiras Ibis e Mercure somem mais 230 unidades franqueadas. “É um processo irreversível. Estrategicamente é muito importante, pela capacidade de expansão maior”, afirmou Mielmiczuk.
Outro braço do segmento de hotelaria e turismo, o de agência de viagens também mostrou bons números. A Flytour registrou incremento no faturamento de 14% em 2005 e abriu quatro unidades neste ano — Em Natal (RN), Porto Velho (RO), Ribeirão Preto (SP) e Teresina (PI). Hoje são 49 unidades, sendo que apenas 10 são próprias. A expectativa de crescimento para 2006 é de 10% com mais oito unidades franqueadas.
Fonte: DCI
Alimentos e educação impulsionam franquias
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