A hospitalidade alemã deve ser a marca oficial da Copa do Mundo, mas hooligans estrangeiros que abusarem dela podem acabar ficando no país mais do que o planejado. A prisão pode ser o destino de eventuais baderneiros.
O promotor de Berlim, Ralf Rother, disse que estrangeiros que cometerem crimes serão acusados na Alemanha, em vez de simplesmente expulsos. A medida é diferente em relação a outros campeonatos, como a Eurocopa de 2000, em que centenas de torcedores ingleses foram deportados da Bélgica por distúrbios.
Neste ano, as autoridades esperam poucos problemas nos 12 estádios, graças ao sistema de ingressos personalizados. Julgam “altamente improvável” que encrenqueiros conhecidos tenham acesso aos jogos.
“Cremos que poucos hooligans estejam em posição de conseguir ingressos, mas muitos vão chegar sem ingressos, porque estão mais interessados em causar problemas na periferia do que em jogos de futebol”, disse o chefe da polícia de Berlim, Dieter Glietsch.
Ele prometeu medidas especiais para proteger a parte central das cidades e os locais equipados com telões, onde muitas pessoas vão se concentrar. O principal temor da polícia é em relação a confrontos entre torcedores em áreas públicas.
Outra preocupação é a perspectiva de brigas pré-arranjadas entre grupos rivais, como a que aconteceu entre alemães e poloneses, no ano passado. A polícia está se reforçando para possíveis problemas quando as duas equipes se enfrentarem em Dortmund, no dia 14 de junho.
As próximas semanas vão testar a afirmação feita por dirigentes britânicos de que a reputação de hooligan da Inglaterra pertence ao passado. Os números são um desafio para a segurança, já que 100 mil torcedores ingleses devem acompanhar o Mundial na Alemanha.
Autoridades alemãs elogiaram o sistema inglês de proibições de viagens para mais de 3 mil hooligans conhecidos e os próprios alemães têm seu próprio banco de dados de cerca de 7 mil encrenqueiros, dos quais 2.170 são proibidos de entrar em estádios.
Outros países, no entanto, não têm uma legislação para proibir as pessoas de viajarem para a Alemanha e vão compensar isso com uma vigilância policial mais dura.
Os holandeses, por exemplo, enviarão uma dúzia de policiais especialistas que ficarão de olho em torcedores problemáticos, mantendo contato com a polícia alemã. A polícia polonesa avisou as autoridades alemãs que vai supervisionar todos os que possuem ingressos.
Reuters
