Mercado

Dólar opera em alta e bate R$ 6,09, com cenário fiscal e falas de Trump no foco; Ibovespa cai

Na última sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,19%, cotada em R$ 6,0005 pela primeira vez na história. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou com um avanço de 0,85%, aos 125.668 pontos.

Dólar opera em alta e bate R$ 6,09, com cenário fiscal e falas de Trump no foco; Ibovespa cai

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (2), iniciando o último mês de 2024, com o mercado brasileiro ainda repercutindo o cenário fiscal brasileiro, mas na expectativa pela divulgação de novos dados econômicos ao longo da semana.

O destaque fica com o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre no Brasil, mas a semana também conta com novos números do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Esses números, tanto aqui quanto lá fora, são observados com atenção porque podem trazer novas pistas sobre quais devem ser os próximos passos dos bancos centrais nos dois países em relação às taxas de juros.

Já o Ibovespa, bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda.

Dólar

Às 13h50, o dólar subia 1,18%, cotado a R$ 6,0713. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0913. Veja mais cotações.

Na última sexta-feira, a moeda subiu 0,19%, cotada a R$ 6,0005, no maior patamar nominal da história, desde o lançamento do Plano Real. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,1156.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 3,21% na semana;
  • ganho de 3,79% no mês;
  • alta de 23,66% no ano.

Ibovespa

No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,19%, aos 125.424 pontos.

Na sexta, o índice encerrou em alta de 0,85%, aos 125.668 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 2,68% na semana;
  • perdas de 3,12% no mês;
  • recuo de 6,35% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Os novos dados econômicos previstos para esta semana devem ser os principais pontos de atenção do mercado nos próximos dias.

No Brasil, destaque para o PIB. A projeção de mercado aponta para uma alta de 1,4% no período, acumulando avanço de 3,3% na base anual.

Uma atividade muito aquecida pode levar o Banco Central (BC) a promover novas altas e mais intensas na Selic, taxa básica de juros, porque a economia forte tende a gerar mais inflação — principalmente em um ambiente de gastos públicos elevados.

Vale lembrar que, na última semana, o mercado reagiu negativamente ao pacote de corte de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visando o equilíbrio das contas do governo federal.

As medidas preveem um corte de R$ 70 bilhões em gastos públicos em 2025 e 2026, chegando a uma contenção de gastos de R$ 327 bilhões até 2030.

Para isso, o pacote traz uma série de mudanças, como por exemplo no salário-mínimo, em programas sociais, na aposentadoria de militares e em emendas parlamentares. O pacote era amplamente esperado pelo mercado, e o total de R$ 70 bilhões em cortes era visto com bons olhos.

No entanto, o anúncio, junto ao pacote de cortes, de uma proposta para isentar pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil da cobrança do Imposto de Renda pegou mal e gerou dúvidas sobre a eficácia das medidas de contenção de gastos.

Na última sexta-feira (29), os presidentes da câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disseram que trabalharão para aprovar as medidas de cortes de gastos o quanto antes, ainda neste ano, o que acalmou um pouco o mercado.

Também contribuiu para a redução do estresse uma fala de Haddad durante um evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que afirmou que pode voltar a analisar o pacote e adotar novas medidas, se necessário.

“Se tiver algum problema de cálculo, nós vamos voltar para a planilha, vamos voltar para o Congresso. vamos voltar para o presidente da República, com a demanda que nós achamos que é a correta”, disse.

Já nos Estados Unidos, os dados de emprego são determinantes para as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Um mercado de trabalho muito forte coloca mais dinheiro na mão da população, o que pode impulsionar a economia e também afetar a inflação. Isso poderia levar o Fed a reduzir seu ritmo de cortes em suas taxas de juros, hoje entre 4,50% e 4,75% ao ano.

Por G1 Economia

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