O cantor, compositor e musicista paraibano Hugo Leão está completando neste ano de 2015 50 anos de carreira musical e vai comemorar a data com um show no próximo dia 2 de maio, a partir das 22 horas, no Chopp Time, com ingressos ao preço único de R$ 40,00.
Hugo Leão vai apresentar ao público sucessos antigos e também novas composições que fazem parte do novo CD. O show contará com participações especiais já confirmadas, a exemplo de Antônio Barros e Cecéu. Ele também reservou uma surpresa para os fãs: a participação da cantora Renata Arruda que interpretará com ele a música “Fim de Romance”, a primeira música composta por Zé Ramalho.
Hugo Leão começou a sua carreira artística em 1965, como líder, guitarrista e vocalista do conjunto musical THE GENTLEMEN, uma banda que marcou os bailes de João Pessoa nas décadas de 60 e 70.
Ele fez parcerias com grandes nomes da música brasileira, a exemplo dos paraibanos Cátia de França e Zé Ramalho. A parceria com Zé Ramalho vem de longa data, inclusive foi o próprio Zé quem produziu o primeiro CD de Hugo Leão, intitulado ‘Coração de Brasil’.
Em 1978 lançou, em todo o nordeste, o disco vinil intitulado PARAIBÔ. Em 1979 Hugo Leão também participou como tecladista e vocalista do LP de Zé Ramalho ‘A peleja do diabo com o dono do céu’, lançado nacionalmente pela CBS. Em 1981 teve uma participação especial como tecladista e vocalista no vinil ” Estilhaços”, também lançado ela CBS pela cantora paraibana Cátia de França.
Em 1983 lançou nacionalmente o seu primeiro LP: “Coração de Brasil”, produzido por Zé Ramalho, pela gravadora CBS, com participação especial de Jane Duboc na música “Anjo de Amor”, que fez sucesso em todo o Brasil e por vários anos tocou nas principais rádios do país. No mesmo ano de 1983 teve um clipe lançado pela Rede Globo de Televisão com a música que leva o nome do LP, “Coração de Brasil”.
Em 1985, já pela Continental Discos, lançou o LP ” MÃO VADIA. Em 1991 fez parceria com Zé Ramalho no CD “Frevoador”, pela Sony Music/ Botas de Sete Léguas.
No ano de 1992 fez uma turnê por várias cidades do Nordeste, do sul e dos estados Unidos. O último trabalho de Hugo leão é o CD intitulado “Como é Bonito Ser Feliz”, com as participações especiais de Zé Ramalho e Geffe.
O jornalista José Nêumanne Pinto escreveu sobre o último trabalho feito por Hugo Leão. Leia o que um dos principais colunistas brasileiros escreveu:
Hugo Leão – CD – Como é bonito ser feliz
A primeira coisa que salta aos ouvidos de qualquer ouvinte de bom gosto ao ter contato com as canções de Huguinho para este CD é que ele é um autor, intérprete, arranjador e instrumentista consistente. Sua base é sólida: vem dos tempos dos Gentlemen, o conjunto (como se dizia à época, hoje se diria banda) de bailes mais competente que já houve aqui pelos lados da Parahyba do Norte, sim, sinhô! E dos tempos do raro Paêbiru. É mole ou quer mais?
Ao lado de Zé Ramalho e depois o substituindo como guitarrista solo, nos Gentlemen, Huguinho ganhou prática, experiência e, sobretudo, vivência. Um artista não se faz apenas com técnica e virtuosismo (e é bom deixar claro que essas duas coisas ele exibe, e com sobras), mas principalmente comendo o pó das estradas e o usando como argamassa, o barro que serve de estofo para a vida humana. Esse barro foi amassado com sangue, suor e lágrimas e produzido a partir de sonhos alcançados ou demolidos, felicidade esfuziante ou dor pungente, bens e males espremidos pelo talento que só o artista – e mais ninguém – tem.
Huguinho chega a este CD com tudo isso no acervo. E muito mais: ele não chega pedindo licença, já vem com tudo e se atira na direção da plateia com seu espírito sensível e seu coração de leão faminto, treinado nas lutas inglórias de amores conquistados ou rejeitados.
Na tradição do melhor rock, ele despeja seus acordes e palavras com o vigor primevo de um primata mutante do planeta do som. É um lírico, mas não um lírico piegas do amor, do sorriso e da flor, e, sim, um bardo como aquele melhor Roberto Carlos de Se você pensa. Para dar bom dia a sua amada, ele não tem limites: transforma a lua em sol.
E, como o Candeia do samba clássico gravado de forma imortal por Cartola, ele se declara perdido de si próprio, só por ter sido abandonado. Este CD não serve de trilha sonora para conversinhas descuidadas. Este CD, meu amigo leitor, foi produzido para ser ouvido com atenção, para sacudir seus ossos e manter sua alma desperta e seu coração aberto.