Cineasta Pedro Nunes. (Foto: Marcelo Quixaba)
O sertão paraibano ganha uma nova vitrine para o audiovisual com o lançamento do Curta Catolé, que acontecerá de 1 a 4 de agosto de 2024, em Catolé do Rocha, cidade localizada no alto sertão paraibano. O evento promete enriquecer a cultura local com uma programação diversificada, incluindo mostras de filmes, atrações culturais, homenagens e encontros entre realizadores do audiovisual da Paraíba.
As exibições, todas gratuitas, serão realizadas no Centro Cultural Geraldo Vandré, proporcionando uma experiência cinematográfica acessível para a comunidade catoleense.
O 1º Curta Catolé surge da inquietação de jovens realizadores locais que desejam promover e fomentar a produção audiovisual em Catolé do Rocha e região, no intuito incentivar a criação de conteúdo audiovisual local, dando oportunidade para talentos emergentes e criando um ambiente propício para o desenvolvimento da indústria cinematográfica no município.
A identidade visual do evento é inspirada em uma característica local de destaque: Catolé do Rocha abriga o maior complexo de sítios arqueológicos com gravuras de arte rupestre da Paraíba e um dos maiores do Brasil. As figuras e grafismos encontrados nas pedras da região estampam a marca do festival.
Cineasta Pedro Nunes será homenageado nesta edição
A primeira edição do Curta Catolé homenageará o cineasta catoleense Pedro Nunes, um dos precursores do “Ciclo de Super 8” paraibano. Com seu curta “Gadanho” (1979), co-dirigido com João de Lima, marcou a retomada da produção cinematográfica na Paraíba. Três anos depois, Pedro Nunes lançou “Closes”, filme inovador que aborda questões de afeto, sexualidade e preconceito, censurado pelo regime civil-militar. Com uma prolífica produção tanto no audiovisual quanto na literatura, Pedro Nunes segue como referência viva do cinema paraibano e do jornalismo, áreas marcantes de sua atuação como professor.
Em contexto mais recente a cidade continua sendo um importante polo de produção, com cineastas como Kakito Andrade, que dirigiu o média-metragem “Coral” e o documentário de longa-metragem “Em nome do pai”. Os irmãos Vinícius e Bonerges Guedes lançaram vários curtas-metragens, como a trilogia “No Rastro da Espoleta” e “O Tesouro de Cavendish”. Luciana França e Sinésio Bina dirigiram o curta documental “Vozes Áureas”. Ed Junior, dirigiu “Praça de Guerra” (2015) e “Ladário” (2023).
O Curta Catolé tem financiamento da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) e da Secretaria de Estado da Cultura, através do Edital de Fomento às Mostras e Festivais de Audiovisual na PB. Conta ainda com o apoio da Prefeitura Municipal de Catolé do Rocha através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Agência Referência Comunicação, Universidade Estadual da Paraíba e apoio cultural da Mistika, Sesc-PB e Centro Cultural Banco do Nordeste.
Confira os filmes selecionados:
- Alvará, de Fernando Abreu (Serra da Raiz)
- Cercas, de Ismael Moura (Cuité)
- Ceú, de Valtyennya Pires (Santa Luzia)
- Era uma Noite de São João, de Bruna Velden (João Pessoa)
- Nem Todas as Manhãs São Iguais, de Fabi Melo (Campina Grande)
- O Pato, de Antônio Galdino (Alagoa Grande)
- Pantera dos Olhos Ardentes, de Cristall Hannah e Ingson Vasconcelos (João Pessoa)
- Pulmão de Pedra, de Torquato Joel (João Pessoa)
- Variz, de Karuá Tapuia-Tarairiú (Patos e São Mamede)
Para mais informações, você pode conferir na página do Curta Catolé no Instagram.
