O que fazer quando as regras mudam no meio do jogo? É essa a pergunta que os candidatos ao vestibular 2007 da USP vêm se indagando desde que o projeto de inclusão social da instituição foi anunciado, na última semana. À primeira vista, algumas alterações parecem favorecer o desempenho e outras já despontam como as grandes dúvidas do processo seletivo. Mas uma coisa é certa: a preparação para quem quer uma vaga deve se manter.
O maior enigma promete ser a tal da questão interdisciplinar, que vai aparecer no exame pela primeira vez. De acordo com a pró-reitora de graduação da USP, Selma Garrido Pimenta, a prova não deverá ser dividida em matérias, como vinha sendo até hoje. “Serão 90 questões e alteramos a natureza delas. Queremos incluir perguntas que cobrem o raciocínio e sejam mais abrangentes.”
A idéia, segundo a pró-reitora, é selecionar alunos com uma “postura crítica diante do conhecimento”, mas sem deixar de avaliar os conteúdos das disciplinas do ensino médio: português, matemática, história, geografia, inglês, física, química e biologia. “Os jovens que querem passar na Fuvest precisam continuar estudando bastante”, afirma Selma.
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que traz testes interdisciplinares e é conhecido dos vestibulandos, não deverá ser o padrão para a Fuvest. “A cobrança será em um nível mais sofisticado e rigoroso que o Enem”, diz a pró-reitora.
“É uma surpresa, porque a gente está acostumado a um tipo de prova. Não sei se vai ficar mais difícil com as questões interdisciplinares”, diz Tammy Fumiko Messias Takara, 18, candidata ao concorrido curso de medicina.
“Dá para fazer uma questão interdisciplinar num nível fácil, como é o do Enem, ou num nível muito elevado, como é na UnB. Mas acredito que a Fuvest fará questões mais fáceis que as da UnB, que têm textos enormes, gigantescos”, diz o coordenador do Objetivo, Antonio Mario Salles.
Tempo
Mas se as novas questões ainda são obscuras, a diminuição do número de testes de 100 para 90 -mantendo as cinco horas de duração da prova- é praticamente uma unanimidade entre candidatos e professores de cursinho.
“Foi uma redução, mas não de maneira exagerada, o que seria ruim. Se os alunos gastarem três minutos por questão, têm 30 minutos de tempo a mais para rever as questões difíceis”, diz o coordenador do Etapa, Carlos Eduardo Bindi.
Mas Marcos Mesquita, que vai disputar uma vaga em administração, prefere ter cautela. “A diminuição das questões ajuda. Mas acho que conta muito a preparação”, diz.
“Fazer cem testes em cinco horas provocava um desgaste físico muito grande. Com dez a menos, o candidato vai render mais”, diz Ernesto Birner, coordenador do Anglo. [Folha de S. Paulo]
USP promete prova interdisciplinar
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