As universidades públicas estão abrindo suas portas para discutir e intervir nos problemas das cidades. Nunca o ideal de extensão, que com o ensino e a pesquisa compõem a missão da universidade, foi tão posto em prática como nos últimos anos. Mesmo assim, diante do potencial de que as universidades dispõem, a contribuição poderia ser maiores. Para isso, a insuficiência de recursos, está sendo driblada por meio de parcerias.
Localizada em área violenta e cheia de carências, a Universidade de Pernambuco (UPE) desenvolve, em Santo Amaro, um projeto que leva o mesmo nome do bairro. Mil crianças e adolescentes têm, de domingo a domingo, atividades esportivas e culturais, além de assistência médica e odontológica. As ações envolvem alunos de educação física, odontologia, enfermagem, pedagogia e licenciaturas. O Instituto Ayrton Senna e a multinacional Audi são parceiros.
Em outra iniciativa da UPE, coordenada pelo professor Luiz Albérico Falcão, creches, escolas e asilos de 14 comunidades do Recife recebem acompanhamento e orientação sobre higiene bucal, cidadania, sexualidade. O pró-reitor de desenvolvimento institucional Reginaldo Inojosa destaca também o cursinho pré-vestibular Prevupe, que este ano atenderá mais de 5 mil jovens, e o Prolinfo, que oferece aulas de idiomas e informática para população de baixa renda.
Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) são 151 projetos de extensão em andamento, com 200 alunos bolsistas envolvidos e mais de 120 mil pessoas beneficiadas. “A universidade deveria procurar mais a sociedade. Acho que ainda estamos aquém de uma cooperação mais efetiva, mas já se avançou bastante”, ressalta o pró-reitor de extensão, Anísio Brasileiro. “Pela primeira vez órgãos de financiamento estão lançado editais específicos para extensão”, comemora.
Um consórcio de municípios do Sertão do Pajeú, formado por 19 cidades, solicitou assessoria técnica à UFPE para economizar energia elétrica em prédios públicos e orientar o uso de energia solar na área rural. “A iluminação pública é um dos maiores gastos das prefeituras”, observa o professor Heitor Scalambrini, responsável pela proposta. “A credibilidade e a seriedade das universidades nos motivam a buscá-las para desenvolver projetos”, destaca o prefeito de Afogados da Ingazeira e presidente do consórcio, Totonho Valadares.
Na opinião do pró-reitor de extensão da UFRPE, Paulo Donizeti, deveria haver menos lentidão e burocracia nos poderes públicos. Dessa maneira, acredita, a integração entre universidade e sociedade seria mais aprofundada. Na Rural, ele estima que mais de 50 mil pessoas sejam atendidas pelos projetos de extensão. Em parceria com a empresa Pepsico, o programa Crescer, idealizado pela professora Joseana Saraiva, fez um diagnóstico do atendimento em creches do Recife, promoveu seminário e qualificação profissional. “O desafio hoje é aliar ensino, pesquisa e extensão. Temos o dever de contribuir para melhorar a vida do cidadão”, lembra Joseana.
[Jornal do Commercio]
Universidades mais perto do social
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