Após dois anos de um sistema de pontuação extra no vestibular para alunos da rede pública, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aumentou o ingresso deles e comprovou que os mesmos têm um rendimento na graduação superior ao de seus colegas de colégios particulares.
Em 2004, um estudo da Unicamp mostrou que a capacidade de desenvolvimento intelectual e acadêmico do aluno de escola pública é maior que a de alunos de colégios particulares, numa situação em que os dois ingressam com notas semelhantes no vestibular. A partir disso, foi criado um sistema no qual esse aluno recebe 30 pontos a mais na segunda fase, ou seja, depois de ter passado pelo funil da primeira etapa. Negros, pardos e índios ganharam outros 10 pontos.
Em 2005, houve um acréscimo de 40% de alunos de escola pública na Unicamp. Eles tiveram, na graduação, desempenho 3% superior aos outros no curso de Medicina. Em Engenharia da Computação, o índice foi de 9%. Segundo o coordenador do vestibular, Leandro Tessler, os dados de 2006, a serem divulgados na semana que vem, são parecidos.
A avaliação seriada faz parte do processo seletivo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e da Universidade de Brasília (UnB) há dez anos. Na UFSM, os alunos que estudarem em uma das escolas cadastradas pela universidade cursam também disciplinas extras, oficinas e recebem relatório de desempenho individual. Cerca de 60% dos inscritos no programa, criado em 1995, são da rede pública.
Na UnB, o projeto começou em 1996 e é responsável pelo ingresso de cerca de metade dos alunos da universidade. Ele foi criado pelo ex-ministro Cristovam Buarque, que defendia o programa nacionalmente.
[O Estado de S.Paulo]
Unicamp, UnB e UFSM têm sistemas similares
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