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UAB começa com 90 mil alunos

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O cronograma do MEC é que a UAB (Universidade Aberta do Brasil) -projeto considerado fundamental pelo ministro Fernando Haddad para melhorar a formação dos professores do ensino básico- funcione já a partir do ano que vem com 90 mil estudantes. Se o cronograma for cumprido, esse número será o dobro do de alunos na graduação em comparação com a USP, maior universidade pública do país e que, segundo o Censo da Educação Superior, tem 44 mil alunos.

A UAB foi testada no ano passado num projeto piloto envolvendo cerca de 10 mil funcionários do Banco do Brasil. Eles estão fazendo cursos na área de administração oferecidos por universidades públicas em municípios onde não há oferta de cursos de ensino superior de qualidade.

Na sexta-feira passada, o MEC finalizou a contabilização da primeira fase de oferta de cursos e pólos da UAB. Ao todo, 37 universidades federais e dez Cefets apresentaram projetos para oferecer cursos, e 360 municípios apresentaram propostas para criar pólos de apoio presenciais.

O funcionamento

Até o fim do ano, o projeto prevê o treinamento dos monitores que irão atuar nos pólos, que terão capacidade para receber, em média, 600 alunos. Um pólo pode receber mais de um curso de mais de uma instituição, sendo que não necessariamente essa instituição precisa estar localizada no mesmo Estado do município.

As universidades que participam do projeto são remuneradas a partir de bolsas pagas aos professores e pós-graduandos que produzirão o conteúdo e farão sua orientação. Elas também recebem uma verba extra do ministério para montar a estrutura física do curso, como laboratórios de informática, física, química, biologia ou bibliotecas virtuais.

Mão dupla

Para o ministro, a UAB permitirá também que as universidades atualizem seus conhecimentos a respeito da educação pública no Brasil. “A universidade vai ter que, a partir desse trabalho, refletir sobre as dificuldades concretas do sistema e promover estudos e conhecimentos para dar uma resposta aos problemas enfrentados pelos professores na escola. É um caminho de mão dupla.”

Segundo o ministro, a UAB terá uma capacidade exponencial de crescimento: “Quando abrimos a consulta, estávamos preparado para, no máximo, 150 ofertas por parte dos municípios. Hoje, já há prefeitos pressionando o MEC a reabrir as inscrições”.

Haddad afirma que a qualidade dos cursos será a mesma do ensino presencial. “Ninguém prima mais pela qualidade do que as universidades públicas federais. E é o nome da instituição que está em jogo. O aluno formado pela UAB passará pelos mesmos rigores de avaliação do Sinaes, como em qualquer curso presencial. A instituição está se comprometendo com a qualidade do curso.”

[Folha de S. Paulo]

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