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Turismo é debatido em seminário do BID

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O reconhecimento do turismo como vetor de desenvolvimento econômico na América Latina e Caribe e a participação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em projetos que promovam essa atividade nos países-membros foram debatidos no seminário Desenvolvendo o Turismo nas Américas, realizado na última quinta-feira (30) em Belo Horizonte (MG). O evento foi aberto pelo Secretário-Executivo do Ministério do Turismo, Márcio Favilla, que moderou os debates onde participaram, além do Brasil, representantes do México, Equador e Argentina.

O seminário sobre turismo é um dos eventos que precedem a 47ª Reunião Anual do BID e a 21ª Reunião Anual da Assembléia de Governadores da Corporação Interamericana de Investimentos (CII), que acontecem de 3 a 5 de abril, no Expominas, na capital mineira. O secretário-geral da Organização Mundial do Turismo, Francesco Frangialli, também participou da abertura do seminário.

O secretário Márcio Favilla chamou a atenção para o fato de que o turismo é hoje uma atividade de grande impacto na economia mundial. Segundo ele, na América Latina e Caribe não é diferente. “O seminário também é importante neste momento, uma vez que o BID está passando por um processo de discussão de sua visão em relação ao setor. É a oportunidade ideal para apresentarmos projetos que estão sendo realizados com o apoio do BID”, afirmou. Ao destacar a presença no seminário do representante do BID, Antônio Vives, que está à frente da área que trabalha diretamente com o turismo na instituição, Favilla disse que o objetivo dos participantes era mostrar “a importância de se continuar a receber, seja por intermédio do BID diretamente, ou da Corporação Interamericana de Investimento, ou do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), o apoio cada vez maior para nossa região”.

O secretário-geral da OMT falou sobre a situação do turismo no mundo, as perspectivas de crescimento e alguns problemas sociais que o setor tem que lidar, como o da saúde, com a gripe aviária que já atinge alguns países. Ele observou que na década de 80 milhões de pessoas morreram com a gripe espanhola e houve o fechamento das fronteiras para a entrada de turistas. Francesco Frangialli disse que a segurança tornou-se uma preocupação básica para o setor, que sabe que há uma queda na movimentação de turistas em áreas que eles consideram perigosas.

“O comportamento do turista mudou. Hoje ele é capaz de integrar a questão da segurança na sua escolha por um destino. No entanto, com as novas tecnologias, ele tem mais acesso a informações corretas e fica mais flexível, à espera da oportunidade certa para ir ao destino desejado. O turista reage melhor às dificuldades e isso é importante para nós”, afirmou.

Brasil – A secretária Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Maria Luisa Leal, participou do seminário falando sobre o Programa de Desenvolvimento Integrado do Turismo nas Regiões Brasileiras, o Prodetur. Ela apresentou dados de cada região favorecida pelo Prodetur e destacou o novo marco conceitual que está aprimorando sua implementação nos estados e municípios. Falou também do Proecotur e do Prodetur JK, que estão em fase de planejamento.

O Prodetur NE I, que tem abrangência em nove estados (AL, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN e SE), recebeu, de 1994 a 2004, o valor global de US$ 670 milhões para projetos de infra-estrutura, sendo US$ 400 milhões do BID, US$ 100 milhões de contrapartida Federal e US$ 170 milhões dos estados e municípios.

“O programa visava apenas projetos de infra-estrutura, sendo a maioria dos recursos (36%) para a construção de aeroportos. Tivemos vários problemas com a falta de planejamento, de plano diretor, uma boa lei de uso do solo e avaliação intensa dos impactos ambientais. Em alguns locais tivemos especulação imobiliária, por exemplo”, comentou. Acrescentou que o Prodetur NE II, que já foi negociado e está em andamento, vem para aperfeiçoar, complementar ações e mitigar impactos sócio-ambientais decorrentes da implementação do Prodetur NE I.

Segundo Maria Luisa, o que marca as novas ações do Prodetur NE II, cujo aporte em contrapartida do MTur já é feito desde 2001, é a elaboração de um planejamento com ações de desenvolvimento integrado do turismo sustentável. A participação social por meio dos Conselhos Regionais de Turismo dos pólos turísticos também é mais uma iniciativa. “O foco agora está em ações de estruturação e destinos turísticos de acordo com o fortalecimento institucional (estadual e municipal), melhorias em atrativos turísticos de áreas públicas nas quais os recursos podem ser alocados e na promoção e informação”, informou. A melhoria da infra-estrutura também continua sendo foco do programa, mas agora com uma preocupação maior com acessos, saneamento e sinalização.

O Prodetur NE II, que engloba os noves estados já abrangidos pelo Prodetur NE I e ainda o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, está orçado em US$ 400 milhões, com empréstimos do BID no valor de US$ 240 milhões, US$ 136, 8 milhões de contrapartida do MTur e US$ 23,2 milhões dos estados e municípios. São 15 pólos turísticos (abrangendo 203 municípios) focados pelo programa. Já o Prodetur Sul, com abrangência nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, recebeu do MTur US$ 40 milhões, US$ 150 milhões do BID e US$ 60 milhões dos estados e municípios. Desde 2003, o MTur aporta recursos na Região Sul.

México, Argentina e Equador – Ricardo Alvarado, diretor regional do Fonatur (Fondo Nacional de Fomento al Turismo), instituição responsável pelo planejamento e desenvolvimento de projetos turísticos sustentáveis de impacto nacional no México, narrou a experiência de Cancún e dos Centros Turísticos Integralmente Planejados. “No México, a atividade turística está adquirindo uma importância fundamental na economia nacional. Emprega de maneira direta 1 milhão 817 mil mexicanos.

A participação do PIB turístico no PIB nacional em 2004 foi de 7,7% e em 2005 de 8%”, informou. “E o Fonatur tem financiado seus programas com recursos próprios, mas também com financiamentos do BID e do Banco Internacional de Reconstrução e Fomento, que ajudaram na infra-estrutura básica para a criação de Cancún e de Huatulco”, explicou.

A ministra do Turismo do Equador, María Isabel Salvador Crespo, falou sobre o Programa de Desestatização de Ativos de Uso Turístico que a partir de 2000 recebeu apoio do BID para iniciar o projeto piloto. E representantes da Secretaria de Turismo da Argentina apresentaram o Programa de Melhoramento da Competitividade do setor turístico nas regiões do Corredor dos Lagos e Missões Jesuíticas. Segundo a equipe, a estratégia do BID, em parceria com a Argentina, é o fortalecimento institucional para uma melhor governabilidade e sustentabilidade fiscal. Visa também a redução da pobreza, reconstituição do capital humano, promoção de um desenvolvimento sustentável e includente e ainda o fortalecimento do entorno para o crescimento da produtividade, incrementando a competitividade.

O presidente do Instituto Estrada Real, Eberhard Hans Aichinger, apresentou o projeto com o BID/Fumin chamado Estrada Real – Rede de Pequenas e Médias Empresas Turísticas, voltado para os pólos de Ouro Preto, Santa Bárbara e São João D’El Rey, em Minas Gerais. Já o subgerente sênior do subdepartamento de Mercados Financeiros e Empresas Privadas, Antônio Vives (SDS / PEF), falou sobre a política do BID para o setor turístico na América Latina e Caribe.

Reunião Anual do BID – As reuniões anuais do BID-CII constituem o evento mais importante para a instituição. A cada ano, seus governadores se reúnem em um dos países membros do Banco. Esta será a quarta vez que o evento acontece no Brasil (1961 e 1980, no Rio de Janeiro; 2002, em Fortaleza). Fundado em 1959, o BID ajuda a promover o desenvolvimento econômico e social sustentável na América Latina e no Caribe mediante suas operações de crédito, liderança em iniciativas regionais, pesquisa e atividades, institutos e programas de disseminação de conhecimentos. É fonte de financiamento multilateral para projetos, bem como de programas de promoção do comércio e integração regional dessas regiões.

Fonte: Informe Sergipe

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