Turismo de eventos movimenta R$ 430 mi

Turistas que participaram de eventos em Fortaleza durante todo o ano de 2005 gastaram quase R$ 430 milhões na cidade. E contrariando o que se pensa à primeira vista não foi o setor de hotéis que mais lucrou, mas o comércio, que ficou com 33,6% dessa renda, 5,3% a mais que em 2004. O grupo de passeios e diversão vem depois (20,7%), seguido pelos gastos com alimentação (15,3%). Já os custos com hospedagem ocuparam a quarta posição e representaram 14,5% do montante.

Segundo o presidente do Fortaleza Convention & Visitors Bureau, Régis Medeiros, que apresentou ontem os números do turismo de eventos na cidade no ano passado, esse valor foi uma importante injeção na economia da cidade e demonstra que o turista de eventos gasta mais que o turista que vem a passeio. “Esse visitante geralmente já chega com a hospedagem e os custos com transporte pagos, então traz mais dinheiro para gastar”, explica.

De acordo com o levantamento, os turistas vêm principalmente de São Paulo (14,63%), Ceará (9,99%), Rio de Janeiro (7,88%) e Pará (7,02%). Quanto à permanência e aos gastos, foi apurado que os visitantes do Ceará permanecem 1,5 dia em Fortaleza e gastam R$ 50 em média, enquanto os dos outros estados ficam seis dias e deixam na cidade cerca de R$ 220,29. Em relação às faixas etárias o percentual é bem dividido: 34,12% de 15 a 24 anos, 29,32% de 25 a 35, e 29,14% de 36 a 55. A maioria deles tem nível de instrução elevado, sendo 52,86% com curso superior completo e 34,02%, incompleto, refletindo diretamente na pretensão de gastos: 36,44% pretendendo gastar mais de R$ 1.000, 22,88% entre R$ 501 e R$ 1.000, e 20,30% entre R$ 301 e R$ 500.

Esse é o perfil dos 291.315 turistas, de um total de 888.157 participantes, que estiveram presentes aos 118 eventos registrados em 2005 pelo Convention Bureau. A maioria desses eventos foi Encontros/Reuniões (36), Congressos/Convenções (28) e Feiras/Exposições (27), dos quais 63 eram de âmbito local, 26 nacionais e quatro internacionais, gerando um faturamento anual de R$ 4.830.929,75.

Quantificando por mês, maio, abril e novembro concentram um maior número de eventos em Fortaleza. Estes meses, que fazem parte da baixa temporada, ajudaram, segundo Medeiros, a diminuir os efeitos da sazonalidade do setor. “Queremos fortalecer o turismo no período da baixa estação. A intenção é movimentar não só o setor hoteleiro mas todos os outros que estão diretamente ligados”, afirma.

Outro dado levantado pela entidade foi que 97,89% dos turistas declararam que querem voltar à cidade. O presidente do Convention Bureau, no entanto, diz que Fortaleza precisa criar novos roteiros a fim de não perder turistas para o Interior. “A Beira-Mar, por exemplo, é uma preocupação hoje, parece um mercado persa. Queremos também que as secretarias de Turismo do Estado e do Município dividam tarefas para trabalhar em conjunto”, critica. Ainda segundo Régis Medeiros, a expectativa para 2006 é de crescimento na ordem de 10% “por ser um ano complicado por causa das eleições e da Copa do Mundo”.

Fonte: Jornal o Povo