Peixes, pássaros, aves aquáticas, capivaras e lontras sobrevivem à poluição causada pelo lançamento de esgoto e lixo e dão vida ao Rio Tietê a menos de 100 km de São Paulo. Cerca de 50 pessoas, entre elas o secretário de Turismo do Estado, Fernando Longo, tiveram a oportunidade de ver esses animais ontem, enquanto percorriam um trecho do Rio Tietê que já foi praticamente um canal de esgoto.
A comitiva percorreu em oito barcos parte do percurso de 48 quilômetros entre Salto e Porto Feliz, na região de Sorocaba, que deve se transformar numa hidrovia turística. O termo de cooperação entre as prefeituras das duas cidades, a de Itu e a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Jaú foi assinado logo após o passeio. ‘É um projeto importante porque envolve, além do turismo, tecnologia em navegação e educação ambiental.’ Longo garantiu a liberação de uma verba de R$ 81 mil para custear as despesas com os projetos da hidrovia.
Pesquisadores e técnicos do Curso de Navegação Hidráulica da Fatec, que já realizaram os estudos preliminares, farão agora uma revisão detalhada do trecho navegável, apontando os pontos críticos. Já se sabe que em três passagens será necessária a retirada de terra e pedra do leito, o que depende de avaliação ambiental. Em 45 dias, a Fatec apresentará ainda projetos do balizamento das embarcações que levarão os turistas e dos três terminais – um em cada cidade – para embarque e desembarque dos passageiros.
A faculdade já elaborou parcialmente as cartas fluviais para navegação turística e tem um banco de dados fotográficos sobre o trecho. ‘Podemos usar embarcações leves, com capacidade entre 80 e 100 passageiros’, disse o professor Antonio Eduardo Assis Amorim. A escola, do Centro Estadual Paula Souza, tem cursos para formação de mestres fluviais e monitores de turismo náutico. O prefeito de Itu, Herculano Júnior (PV), pretende integrar ao projeto antigas fazendas do município que já exploram o turismo rural.
Representantes da Associação Empresarial de Salto participaram do projeto. O prefeito Geraldo Garcia (PDT) quer a participação da iniciativa privada na hidrovia, que será integrada à rota dos bandeirantes, um roteiro turístico já consolidado. ‘Temos um bom produto e de retorno financeiro rápido’, argumentou.
