A partir da próxima quinta-feira, dia 1º, o público pessoense vai conferir mais uma edição do projeto Parede Poética que traz como homenageados os escritores Mario Quintana e Ariano Suassuna, no Casarão dos Azulejos, na Praça Dom Adauto, Centro da capital.
A exposição sobre Mario Quintana é uma homenagem aos cem anos do escritor e traz banners que retratam a história de Quintana, como também apresenta ao público, trechos de alguns de seus poemas. Já a exposição de Ariano Suassuna traz ao público a história desse paraibano, trechos de romances e várias opiniões de artistas paraibanos sobre o ilustre filho da terra, misturadas com interferências visuais, como caricaturas, por exemplo.
O projeto parede poética é r ealizado há mais de dez anos pelo Sesc, promovendo, através da interferência artística em cada painel, um intercâmbio entre literatura e artes visuais. Além das poesias, os painéis são compostos por ilustrações como pintura, desenhos, colagem e fotos realizando uma programação visual em torno das poesias e seus sentidos. Ao longo desses anos já foram montadas várias exposições com temas e autores diversos como: Tropicalismo, Ronaldo Cunha Lima, Centenário de Bertold Brecht, Ricardo Anísio, Políbio Alves, Águia Mendes, À Fome tem Pressa, entre outros.
A exposição fará parte de um evento organizado pela Subsecretaria de Cultura do Estado em parceria com instituições e grupos que atuam no movimento cultural paraibano que acontece a partir do 1° de fevereiro às 14 horas com a abertura do Salão de Exposição. A programação da abertura segue no Ponto de Cem Réis, com a apresentação do Grupo Mêidefeira do diretor Ângelo Guimarães, às 16h, o grupo Latatá do projeto Folia Cudadã, dirigido por Ricardo Carballo, às16h30, seguido pela apresentação do grupo folclórico Tenente Lucena dirigido por Pedro Cândido.
Às 18 horas, ainda no Ponto de Cem Réis, o Circulo dos Tambores do percussionista Chiquinho Mino faz sua apresentação seguido pelo Grupo de Capoeira Badauê Palmares do mestre Rafael Magnata. A programação do dia encerra-se no Casarão dos Azulejos com a Mostra de Cinema e Vídeo de diretores paraibanos a partir das 19 horas. A parede poética fica exposta no Casarão até o dia 15 de fevereiro.
Homenageados
Gaúcho, de Alegrete, Mario de Miranda Quintana nasceu em 1906. Escreveu as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias.Considerado o poeta das coisas simples e com um estilo marcado pela ironia, profundidade e perfeição técnica, trabalhou como jornalista quase que a sua vida toda. Traduziu mais de cento e trinta obras da Literatura Universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs.Dalloway de Virginia Woolf e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1940 lançou o seu primeiro livro de poesias, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966 foi saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manoel Bandeira, e obteve o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores pela obra Antologia Poética.
Segundo o próprio poeta, em entrevista a Eddla Van Steen em 1979, seu nome não tem acentuação. "A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos" .Faleceu em 1994, aos 87 anos.
Já o paraibano Ariano Suassuna dispensa apresentações. Nascido em 1927, em João Pessoa, Ariano muda-se para Taperóa, cidade do interior paraibano, em 1933 onde vive até 1937. Em 1942, já adolescente, Ariano Suassuna muda-se para cidade de Recife, onde estréia na literatura com o poema Noturno publicado em 1945 em um jornal do estado.
Na Faculdade de Direito, conheceu Hermílio Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Ariano Suassuna é autor dos sucessos O Santo e a Porca, A Pedra do Reino e o aclamado O Auto da Compadecida.
Fonte : Assessoria Sesc