Cotidiano

SOS Descanse em Paz: lixo, superlotação e falta de segurança nos cemit

Além da sujeira habitual e má conservação, os mausoléus são alvos de vândalos que quebram ou roubam santuários e imagens

Uma visita aos principais cemitérios de João Pessoa e a sensação de “descanse em paz” é descartada. Lixo a céu aberto, ossos expostos, roubos freqüentes e má conservação dos túmulos, poluem o cenário que deveria ser de paz e tranqüilidade. Além da sujeira habitual e má conservação, os mausoléus são alvos de vândalos que quebram ou roubam santuários e imagens. “Até caso de ossadas roubadas nós temos, o pior é que não possuímos pessoal suficiente para controlar este tipo de ação”, revela um dos administradores.

Lúcia Aparecida que mantém um mausoléu da família no Cemitério da Boa Sentença revelou que está “cansada de trazer flores, e imagens que são roubados, outro dia até um saco de lixo estava em cima do túmulo, isto é um desrespeito, nós pagamos por isso e ninguém cuida da segurança, nem ao menos da limpeza.” A saída para muitos é a contratação de zeladores particulares que procuram conservar o local limpo, “mas não adianta a gente limpar o nosso pedaço e o resto do cemitério continuar abandonado deste jeito, isso é um desrespeito à memória dos mortos”, desabafa Lúcia Aparecida.

A situação de falta de higiene é ainda mais grave no cemitério Santa Catarina, localizado no bairro dos Estados. Da equipe de 3 coveiros, 3 assistentes de administração, e o administrador geral, não há funcionário responsável pela limpeza: “Nós não temos nenhum funcionário de serviços gerais, então fizemos um acordo com os zeladores particulares. Em troca da água e luz consumida, eles fazem a limpeza uma vez por semana. Mesmo assim é insuficiente e a situação é essa, lixo por todo canto e nós não podemos fazer nada”, revelou o administrador Epitácio Brito, que continuou: “a Emlur é que deveria se ocupar disso, ficou responsável por vir três vezes por semana, mas a verdade é que ela só vem quando quer, ou quando temos alguma data importante, como dia de finados, ou dia das mães agora.”

A superlotação é outro problema que vem se agravando nos cemitérios da Capital, “a demanda é enorme”, salienta Alberto Grisi, administrador do Cemitério da Boa Sentença, no bairro do Varadouro: “temos 320 covas rotativas que deveria atender toda a comunidade do Centro e Cidade Baixa, mas acabamos atendendo toda a João Pessoa. Nós fazemos quase 80 sepultamentos por mês e ainda é pouco para comportar a todos que nos procuram, é tirando um e colocando outro, mas muitas vezes temos que mandar as pessoas procurar outro cemitério.” Além disso o cemitério de quase 5,5 hectares, possui apenas quatro coveiros que trabalham apenas à tarde:” Já pedimos à Secretaria de Desenvolvimento que viabilizasse pessoal de serviços gerais, mas eles dizem que não tem gente disponível, só por meio de concurso ou terceirização.”

Taxas – O valor mais alto é cobrado no cemitério da Boa Sentença: R$ 25 para covas rotativas e exumação, o sepultamento no túmulo R$ 37, e exumação R$ 37. Para os que apresentarem certidão de pobreza, a administração garante que a prefeitura fornece o caixão e arca com todas as despesas. “O problema é atestar essa condição de pobreza absoluta”, elucida Alberto Grisi. A taxa mais baixa é cobrada do Santa Catarina: R$ 11,50 sepultamento e exumação nas covas rotativas e mausoléus R$ 18,50. Para quem não tem como pagar, o ritual se repete, é exigida a certidão de pobreza ou notificação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano.


Lívia Falcão
ClickPB

COMPARTILHE

Bombando em Cotidiano

1

Cotidiano

Especialista explica como se proteger de crimes cibernéticos impulsionados pela Inteligência Artificial

2

Cotidiano

Inverno deve aumentar em 30% venda de material para reforma de telhado, prevê comércio

3

Cotidiano

João Azevêdo veta projeto e acender fogueiras continua proibido na Paraíba

4

Cotidiano

Novo prazo de entrega da Ponte das Três Ruas deve ser definido na próxima semana

5

Cotidiano

Litro da gasolina: saiba onde pagar o menor preço em João Pessoa