O estudante de Jornalismo Fernando Camuaso Segundo expõe até o dia 30 sua primeira mostra fotográfica, Photo Gráfos, no hall do campus Pedra Branca da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), em Palhoça. Poderia ser apenas mais uma exposição, não fosse o fato de o universitário ser deficiente visual desde os quatro anos de idade.
Fernando é natural de Angola e ficou cego em conseqüência do sarampo. Não lembra de nada antes da enfermidade. No Brasil há cinco anos, cursa o quarto semestre e produziu as fotos na disciplina de Introdução à Fotografia, com o auxílio da professora Marina Moros, que também ajudou na realização da exposição.
O estudante utiliza a sensibilidade às alterações de luz para captar as imagens. Nas saídas a campo, a professora descrevia os lugares onde eles caminhavam, como a altura dos prédios, as janelas abertas ou fechadas e as pessoas nas ruas. Com a própria percepção de claro e escuro Fernando decide se existe iluminação suficiente para uma boa foto.
– Todos os enquadramentos e os shots foram feitos por ele. Eu apenas arrumava o foco e fazia a leitura do fotômetro – conta a professora.
Com projetos ambiciosos, Fernando quer transformar a exposição numa mostra itinerante em outras universidades e espaços públicos. Também procura parceiros financeiros para realizar um trabalho artístico com cartões-postais.
Para o estudante, que gosta de ser fotografado, estar privado da visão tem a vantagem de poder deter na mente um universo interior e particular de forma fantástica.
– Com a máquina tenho uma “arma” que me outorga o poder de “visualizar” o mundo no meu imaginário, efetuando um quadro mental do espaço que me rodeia – diz Fernando [Diário Catarinense]
Sensibilidades da luz
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