O Ministério da Educação destinou mais de R$ 23 milhões para a educação escolar indígena, a serem investidos este ano. Os recursos serão usados na construção, reforma e ampliação de escolas indígenas (cerca de 233 no país). Serão beneficiadas mais de 50 secretarias estaduais e municipais de educação e cerca de 800 professores, que poderão fazer cursos de licenciatura intercultural indígena.
Os recursos permitirão também a formação inicial ou continuada em nível médio de mais de quatro mil professores e 18 projetos de produção de material didático específico (livros, CDs e DVDs) de autoria indígena. Dentre os projetos apoiados financeiramente pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), está Uma Experiência de Autoria, desenvolvido pela Comissão Pró-Índio (CPI), do Acre, que há 25 anos atua na região. O projeto desenvolve a produção de livros de história e geografia e cartilhas que ajudam na formação de crianças e adultos nas aldeias.
O coordenador-geral de educação escolar indígena do MEC, Kleber Gesteira Matos, destaca o andamento das políticas na região e a importância da integração do Acre com as organizações indígenas da região. “O Acre é um exemplo do bom desenvolvimento das políticas de educação escolar indígena”, disse Gesteira. “Isso acontece, com certeza, pela estreita colaboração e articulação entre organizações indígenas e não-governamentais de apoio aos povos indígenas, a decisiva participação da Organização dos Professores Indígenas do Acre (Opiac) e a Secretaria Estadual de Educação.”
Gleyson Teixeira, responsável pelo setor de educação da CPI-Acre, considera a área de pesquisa do programa Uma Experiência de Autoria um espaço para a interação entre as diversas áreas do conhecimento no currículo e um apoio na capacitação e no desenvolvimento do estudo independente dos professores indígenas. “Essa área foi iniciada com a sistematização de um trabalho que vem sendo desenvolvido nas várias etapas da formação dos professores ao longo de vários cursos de magistério indígena”, disse.
Livro — O livro Shenipabu Miyui — História dos Antigos, do professor Joaquim Mana Kaxinawá, foi uma das primeiras edições do projeto. Na introdução, o autor destaca que apenas nos últimos anos o índio obteve o direito a comunicação por meio da escrita da própria língua.
Segundo Teixeira, o projeto da CPI/AC conta com uma de média de 40 professores indígenas que desenvolvem projetos de pesquisas individuais ou coletivas, os quais se transformarão em livros ou documentários em vídeo.
Fonte: MEC
Projeto desenvolve material didático para indígenas no Acre
O Ministério da Educação destinou mais de R$ 23 milhões para a educação escolar indígena, a serem investidos este ano
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