O Ministério da Educação anunciou hoje (9) que o programa Brasil Alfabetizado vai dar prioridade neste ano à educação de jovens entre 15 e 20 anos analfabetos. Segundo o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, Ricardo Henriques, a idéia é criar parcerias com movimentos de juventude organizados para erradicar o analfabetismo que atinge cerca de 3 milhões de jovens dessa faixa etária no Brasil.
“O programa vai criar uma agenda articulada com os movimentos sociais organizados de juventude para mobilizar a juventude em direção ao Brasil Alfabetizado. O maior dilema é como enfrentar o problema da auto-estima e da vergonha do jovem, que, em pleno século 21, encontra-se em condição de analfabetismo absoluto”, explicou.
De acordo com Ricardo Henriques, “muitos desses jovens estão inseridos no mundo do hip hop, do rap, da informática, das telecomunicações, possuem celular, mas não são capazes de ler informações mínimas necessárias para uma vivência digna de cidadão”.
O secretário disse também que o MEC junto com a Secretaria Nacional de Juventude vai criar “capilaridades no cenário nacional, no mundo rural, nas periferias urbanas, nas favelas, nas comunidades de alta fragilidade social, para que seja possível sensibilizar esses jovens, com um sinal de médio longo prazo, de que é viável saírem do analfabetismo absoluto e terem a oitava série num período de três anos”.
Henriques afirmou ainda que o Brasil Alfabetizado em três anos de existência colocou 5,5 milhões de pessoas em processo de alfabetização. A meta para este ano é alfabetizar mais de 2 milhões de jovens entre 15 e 29 anos.
Para o secretário nacional de Juventude, Beto Cury, um dos desafios que orienta a Política Nacional da Juventude é a erradicação do analfabetismo entre os jovens. “O governo já tem um programa vitorioso e dentro dele nós vamos estabelecer um olhar mais atento para buscarmos jovens nessa faixa etária que sejam analfabetos”, afirmou.
Na opinião de Cury, “o Conselho Nacional de Juventude que agrega cerca de cem entidades representativas da sociedade pode ajudar na mobilização e na busca desse jovem para que ele se matricule no Brasil alfabetizado e se alfabetize”. Ele sugeriu que a União Nacional dos Estudantes (UNE) mobilize os universitários para se capacitarem e fazerem alfabetização desses jovens. “Já está difícil para o jovem universitário conseguir um emprego, imagine para o jovem que é analfabeto”, disse.
O presidente da UNE, Gustavo Petta, afirma que a luta contra o analfabetismo entre os jovens “precisa contar com o apoio de toda a sociedade, principalmente dos estudantes”.
“Tenho certeza que se a gente realmente tem um projeto bom, os estudantes universitários vão se engajar ajudando a resolver um dos principais problemas que o país tem, que nos envergonha”, falou Petta.
Fonte: Agência Brasil
