Cotidiano

Parque Nacional do Cabo Orange – AM

Para além do Oiapoque, no Amapá, está uma região tão selvagem quanto ameaçada

Para além do Oiapoque, no Amapá, está uma região tão selvagem quanto ameaçada. A região foi alvo de disputa entre portugueses e franceses por mais de dois séculos.

Situado no estado do Amapá, região Norte, nos municípios de Calçoene e Oiapoque, o Parque Nacional do Cabo Orange não é muito indicado ao turista tradicional. Para chegar-se ao local, além de autorização do Ibama, são cruzados 590 km, a maior parte em estrada de terra, até a cidade de Oiapoque. A partir daí pega-se um barco por longas horas, correndo o risco de passar por marés perigosas no percurso.

Foi criado pelo Decreto nº 84.913 de 15.07.1980. Antes da criação do parque já existia uma reserva indígena que o limitava, o que favoreceu a sua proteção.

Para visitar esta área é necessário uma autorização expedida pela diretoria do Parque. A melhor época para visitação desta unidade é de agosto a novembro. O Parque pertence à unidade de relevo Planície Fluvio-Marinha Macapá-Oiapoque, que se constitui de áreas planas, na faixa de terrenos quaternários, formados por sedimentos argilosos, siltosos e arenosos de origem mista, fluvial e marinha.

O Parque protege uma grande extensão de mangue (uma faixa marítima a 10 Km de largura da costa) e ecossistemas terrestres, além de favorecer a educação ambiental e a pesquisa. As espécies mais significativas do mangue são a siriúba (Avicenia nitida), o mangue-vermelho (Rhizophora mangue) e o mangue-amarelo (Laguncularia sp.). Já os campos da planície do Amapá têm a cobertura vegetal abundante de gramíneas ciperáceas. São encontrados o buriti (Mauritha flexuosa), mururés (Eichornia sp.), canaranas (Echinoa sp.) e o capim-arroz. A fauna apresenta-se bastante rica e diversificada, ocorrendo várias espécies de tartaruga, o peixe-boi (Trichechus inunguis), bem como a avifauna,que merece destaque por ser o litoral amapaense o último reduto de várias espécies outrora encontradas em todo o litoral brasileiro, entre elas o guará (Eudocimus ruber) e o flamingo (Phoenicopterus ruber).

Os habitantes da vila, isolados do mundo pela complicada geografia local, vivem de pequenas roças de banana e mandioca, além da pesca de tucunarés e piranhas. Os ovos de tracajá, uma tartaruga amazônica que prolifera-se na região, têm um alto valor nutritivo e complementam a alimentação. O Ibama pretende alocar os 100 moradores da vila no trabalho de guardiões da natureza, evitando assim os incêndios, desmatamentos, invasões e a caça e a pesca predatórias.

O cenário de Cabo Orange é bastante exótico. Além de observar a vegetação e os animais, é interessante conhecer um pouco da vida simples e difícil dos poucos moradores da Vila de Tapereba. Eles vivem da pesca nos rios e no mar ou trabalham nas fazendas de búfalos, alimentando-se também dos ovos de tracajá,uma pequena tartaruga amazônica. Para chegar em alto mar é preciso enfrentar uma maresia feroz. Na região do parque, os rios têm a água salobra. Por isso os moradores enfrentam uma jornada difícil até o Lago Maruani, onde buscam água doce. Próximo dele está a reserva indígena de Uaçá.

Em Macapá, fora do parque, existem várias atrações como museus, construções históricas e um antigo quilombo com a cultura preservada, que se encontra na Vila de Curiaú, entre outras.

O Parque Nacional do Cabo Orange não possui infra-estrutura alguma. As cidades de Oiapoque e Calçone possuem apenas hotéis de emergência. Infra-estrutura mesmo só em Macapá, que fica a mais de 450km do parque.

Fonte: Revista Turismo

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