O diretor-presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), Marco Antonio Bologna, afirmou nesta quarta-feira que, embora a "ficha já tenha caído" em relação aos problemas do setor, a situação nos aeroportos do país só deve ser inteiramente normalizada no primeiro semestre de 2007.
"O sistema não está funcionando 100%, ainda existem atrasos, mas são bem menores. A gente não espera que aconteça aquela situação, usando as próprias palavras do presidente da Anac, caótica, que a gente teve com o problema da falha de comunicação no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), mas ainda eu não afirmaria que não haverá atrasos", disse.
Bologna disse que as empresas aéreas foram aconselhadas a montar planos de auxílio aos clientes. No caso da TAM, ele disse que já tem montado esquema com hotéis próximos a aeroportos, transporte de pessoas e alimentação extra.
Ele afirma que quer melhorar a comunicação com os passageiros e que gostaria de utilizar, entre outras coisas, os alto-falantes da Infraero para avisar dos atrasos.
"No curto prazo, a gente tem a esperança de que o pior já passou e que permanecem alguns atrasos. Estão vindo efetivos [de controladores de vôo] novos e com isso a gente tem tranqüilidade para ter uma aviação mais saudável."
Segundo ele, o país precisa ainda contornar problemas de infra-estrutura em aeroportos e, sobretudo, trabalhar com mais controladores de vôo para evitar os atrasos.
Bologna voltou a defender a desmilitarização do sistema de controle aéreo e fez coro ao presidente da Anac, Milton Zuanazzi, pedindo que o orçamento da agência salta dos atuais R$ 120 milhões por ano para ao menos R$ 240 milhões.
Ele calcula que as perdas no setor em toda a crise tenham somado R$ 80 milhões, em gastos com combustível, despesas extras de hotéis e alimentação, além de respingos na imagem.
Bologna disse ainda que a proximidade do fim do ano, o aproveitamento de vôos em dezembro subiu para cerca de 70%, mas que poderia chegar a 75%. Segundo ele, houve um aumento de 13% no aproveitamento de vôos sobre 2005, o terceiro ano de aumento consecutivo.
Folha Online