Karol, o homem que se tornou Papa!

Depois do livro de Carl Bernstein, o famoso jornalista americano da série de reportagens escrita com Bob Woodward que revelou o escândalo Watergate e derrubou o presidente Nixon e que escreveu em parceria com o decano dos jornalistas no Vaticano, o italiano Marco Politi, a obra magistral: Sua Santidade: o Papa João Paulo II e a história oculta do nosso tempo, temos agora não um outro livro mas um filme que é também referência indispensável para quem acompanhou ou, ao menos tem curiosidade sobre a vida e a obra deste que foi o maior líder mundial contemporâneo, o Papa João Paulo II.

O livro é, ao mesmo tempo, jornalismo, drama, história e biografia e registra a vida do Papa desde a infância até, sobretudo, a queda do comunismo; mostrando a notável força política de João Paulo II e a verdadeira história da Guerra Fria com documentos abonadores como atas do Politburo a tentar em vão sobrepujar a influência e o poder assustador de Sua Santidade.

O filme (2005) mostra Karol Wojtyla, jovem de dezoito anos que está apenas começando a vida como ator, poeta e escritor quando, de súbito, assiste à sua pártria – a Polônia – ser terrivelmente invadida por tropas nazistas. Após sua ida para Cracóvia, passando pelos mais impensáveis horrores nazistas mas, influenciado por filósofos como Marx Sheler e pelas obras do místico São João da Cruz, “para chegares a ser tudo, não queiras ser coisa alguma”, sente o chamado de Deus e decide ser padre.

Pouco anos depois, os comunistas expulsam os nazistas e também dominam a Polônia. O Pe. Karol, humanista, defensor da tolerância, amigo dos judeus, amante da pátria e da liberdade vai tornar-se a figura emblemática a combater o regime totalitarista com uma coragem que ecoará e despertará a Polônia do seu torpor. Eleito bispo, segue fiel à Igreja, ao Evangelho, à defesa da liberdade religiosa e dos direitos humanos.

O Conclave que o elege, superando todas as expectativas e especulações é uma demonstração que a mão de Deus sempre conduziu este homem. Depois de séculos de papas italianos, apenas a profecia do Padre Pio de Pietrelcina e que não está no filme, se fez cumprir: tu serás Papa, disse o padre a o então bispo Karol que o visitara.

De mente brilhante, esportista envolvente, amigo dos jovens e do mundo acadêmico, homem de oração e um “ser para o outro”, Karol foi formado na escola do sofrimento, perdeu dolorosamente a família, muitos amigos foram mortos, um terço dos seminaristas e padres da Polônia foram dizimados pelos nazistas e outros tantos presos e perseguidos pelos comunistas. Viveu os horrores das ideologias racionalistas, de um humanismo ateu que se propunha a declarar a “morte de Deus” e a ocupar o seu espaço.

Tudo passou, tudo passa, mas o testemunho deste homem de Deus permanece e é válido para todos, sejam ateus, agnósticos, cristãos, judeus ou qualquer pessoa de boa vontade, assistindo o filme, certamente serão impactados. Bem no espírito do padre Karol é um bom programa para estas férias, boa visão!


Mons. Jaelson Alves