Cotidiano

Irã diz que não suspenderá enriquecimento de urânio

Governo iraniano está aberto a "qualquer proposta que reconheça o direito do Irã a ter acesso à tecnologia nuclear com fins pacíficos

O ministro de Assuntos Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou nesta quinta-feira (30) que as negociações sobre o programa de enriquecimento de urânio de seu país devem continuar, e considerou um “precedente negativo” o fato de o assunto ter sido levado ao Conselho de Segurança da ONU. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança emitiram nesta quarta-feira uma declaração presidencial que exige que o Irã suspenda suas atividades nucleares no prazo de 30 dias e cumpra as exigências da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Mottaki assegurou que o Governo iraniano está aberto a “qualquer proposta que reconheça o direito do Irã a ter acesso à tecnologia nuclear com fins pacíficos”. “Ter levado este assunto ao Conselho de Segurança é uma indicação das manobras políticas dos países do Ocidente e não servirá ao objetivo de encontrar uma solução”, sustentou em um discurso na Conferência de Desarmamento da ONU em Genebra.

O responsável iraniano ressaltou que a “negociação e o diálogo” sobre o programa nuclear do Irã devem prosseguir na AIEA, após considerar que optar por outras vias “enfraqueceria e diminuiria a autoridade” desta entidade. Pouco depois, em entrevista coletiva, Mottaki disse que espera que se chegue a um entendimento sobre o assunto sem a necessidade de “calendários arbitrários”, em referência aos 30 dias impostos pelas cinco potências do Conselho de Segurança.

O texto, firmado por Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China, não inclui nenhum tipo de ameaça caso Teerã não suspenda suas atividades nucleares no prazo estabelecido. Além disso, o ministro iraniano criticou as contradições entre “as palavras e as ações de certos países que usaram armas nucleares no passado e criaram terríveis tragédias na história da Humanidade e que agora se apresentam como campeões do desarmamento”.

Em seu discurso na Conferência de Desarmamento, Mottaki assegurou que “uma campanha sem justificativa sobre o programa nuclear pacífico do Irã levou a comunidade internacional a erros”. O ministro iraniano reafirmou o direito do Irã a fazer pesquisas e usar de forma pacífica a energia nuclear conforme o Tratado de Não-Proliferação (TNP) vigente.

Mottaki lembrou que a AIEA fez inspeções no Irã durante os últimos 27 anos, e “não encontrou nada contrário a um programa nuclear pacífico, que nunca incluiu atividades proibidas”. O ministro considerou que esse organismo “jamais conheceu uma colaboração de tal índole” em outro país.

Para superar a delicada situação criada pela recente declaração do Conselho de Segurança da ONU, Mottaki ressaltou que uma opção para seu Governo é a criação de “um consórcio regional” para o desenvolvimento de combustível nuclear, após afirmar que há países que já contam com esquemas similares em nível nacional. Tal entidade seria administrada pelos países da região, que assumiriam seus custos e benefícios, e se submeteria aos mecanismos de vigilância da AIEA, acrescentou.


Redação Terra

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