Índios do Xingu em pleno interior de São Paulo. Cerca de 50 integrantes da tribo cuicuro, localizada em Mato Grosso, encaram 1.700 quilômetros para chegar a Sales Oliveira, cidade próxima a Ribeirão Preto. Esse trajeto inclui longas caminhadas, travessia de rio, transporte em caminhão até o ponto de onde sai um ônibus fretado para levá-los à Fazenda Santa Luzia. Um sacrifício recompensador, uma vez que vão mostrar e vivenciar com os “brancos” seus costumes e sua cultura.
Para comemorar o Dia do Índio (19 de abril), crianças, jovens, adultos e idosos cuicuros vão receber os visitantes em uma área construída com réplicas fiéis de ocas xinguanas – o projeto custou R$ 42 mil. Nesse cenário, os índios mostram rituais como o do quarup (que homenageia os mortos) e convidam todos a participar de outras danças. Momento em que vale a pena deixar a vergonha de lado para sentir o gostinho de estar lá com eles, arrastando os pés pela areia fofa e tentando seguir seus passos.
As mulheres não podem ficar de fora do yamurikuma, ritual realizado apenas pelas índias. Os homens devem aceitar sem medo o convite para participar da luta huka huka. Não pára por aí. Durante as três horas de vivência indígena, há paradas para explicação de rituais e costumes e apresentação de arco-e-flecha. Os índios também fazem tatuagens nos visitantes com o suco de jenipapo – os desenhos somem em uma semana.
Por fim, oferecem o peixe moqueado com biju, comida típica preparada dentro de uma das ocas. É a hora da integração total. Todos se reúnem para comer, conversar e saber mais sobre a vida uns dos outros.
O encontro de turistas com os índios cuicuros será realizado pelo terceiro ano consecutivo, no mesmo local. Desta vez, o evento ocorre de domingo a 7 de maio.
A temporada com os índios cuicuros é parte da programação cultural do Projeto Macaco e Cia, que fez da Fazenda Santa Luzia uma opção de turismo rural e educação ambiental. O local recebe excursões de um dia, principalmente de alunos, que passam o dia no campo e participam de atividades educativas e recreativas, acompanhados por monitores e biólogo.
A mentora do projeto é a empresária rural Márcia Afonso Franco. Ela transformou a fazenda inativa da família, onde fauna e flora são preservadas, em um lugar especial, com estrutura para receber visitantes, que podem levar lanche ou comprar o que é vendido lá.
Fonte: Estadão
Índios vêm do Xingu mostrar sua cultura em São Paulo
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