Para ativistas e representantes estudantis, o projeto de inclusão da USP é insuficiente. De acordo com eles, a proposta ignora critérios étnicos e raciais e o bônus de 3% aos estudantes que cursaram o ensino médio em escola pública é uma medida muito “tímida”.
Para Frei David, diretor-executivo da Educafro (ONG que pede a inclusão de afrodescendentes nas instituições de ensino), a ação da USP deveria ser mais incisiva. “O projeto deveria levar em conta também o fator racial. A USP não pode estar em dessintonia com a sociedade. O Brasil todo está revendo a posição do negro”, disse.
“Um dos problemas que apontamos é que o documento não dá nenhuma importância para a questão étnica. Não é nenhum segredo que os índios e os negros estão fora da universidade, injustiça que se agrava nos cursos mais concorridos e que merece propostas específicas”, afirmou o Diretório Central dos Estudantes da USP por meio de nota.
Na Unicamp, o programa de ação afirmativa confere pontos no vestibular para estudantes afrodescendentes ou indígenas que tenham cursado o ensino médio em escola pública.
Para o coordenador-executivo da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares), Leandro Tessler, a componente étnica é importante no processo de seleção. “Defendi essa posição na Unicamp e o Conselho Universitário achou importante considerar a diversidade na instituição”, afirmou.
Além do pacote de medidas para o ingresso, o programa da USP trata da permanência do estudante na universidade e sugere medidas como a criação de um fundo de bolsas e ampliação dos auxílios de moradia e trabalho.
O programa menciona ainda outras ações, como o aumento da oferta de vagas de cursos noturnos, para que o estudante possa trabalhar durante o dia e o apoio a cursinhos comunitários. Também se estuda a possibilidade de parcerias com escolas públicas, onde os estudantes da USP farão estágios, recebendo bolsas ou acumulando créditos.
Para os docentes da rede pública, o programa pretende oferecer vagas em todas as disciplinas da graduação. [Folha de S. Paulo]
Entidades consideram medida ‘tímida’
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