Cotidiano

Empresários italianos querem recuperar espaço no Brasil

A missão é chefiada pelo presidente da Fiat e da Ferrari, Luca Cordero di Montezemolo, que também é presidente da federação do empresariado italiano --Confindus

Duzentos e cinqüenta empresários italianos chegam ao Brasil nesta segunda-feira para tentar recuperar parte do espaço perdido pela Itália na economia brasileira nas últimas duas décadas.

Os italianos, que nos anos 50 e 70 foram grandes investidores no Brasil, tentarão realizar negócios com pequenas e médias empresas, facilitar a entrada de seus produtos de luxo e participar na gestão de portos, ferrovias e estradas.

A missão é chefiada pelo presidente da Fiat e da Ferrari, Luca Cordero di Montezemolo, que também é presidente da federação do empresariado italiano –Confindustria.

“Esta é a maior missão italiana já realizada no Brasil. Não somente pelo número de empresas, como pela variedade de setores que estarão representados”, afirmou Montezemolo a jornalistas em Roma.

Além dos 250 empresários, o grupo é formado por associações de diversas categorias, bancos, representantes de universidades e do governo.

O programa prevê passagens por São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, onde haverá comemoração pelo aniversário da fundação da Fiat Brasil.

Estão previstos encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito José Serra.

As áreas que os italianos consideram como prioritárias para acordos e investimentos são as de infra-estrutura, agroindústria, decoração e design, moda e têxtil, eletrônica e eletrotécnica, logística, componentes e mecânica instrumental, química, minerais e joalheria.

Infra-estrutura

Os empresários estão interessados em participar de grandes obras de infra-estrutura e do fornecimento de serviços, como a gestão de rodovias, ferrovias e portos ou ainda na distribuição de energia.

Mas há problemas com a legislação brasileira para atuar nestas áreas.

De acordo com o presidente da Fiat, por ora o objetivo é investir no país e criar “joint ventures” com parceiros brasileiros, dando prioridade às pequenas e médias empresas.

“Os grandes grupos já estão consolidadas no Brasil. Fiat, Pirelli, Telecom ou Finmecanica não precisam de ajuda. Vamos dar visibilidade aos menores”, afirmou Montezemolo.

Segundo um relatório da confederação das indústrias italianas, centenas de pequenas empresas já atuam no Brasil, investindo cerca de 4 bilhões de dólares nos últimos anos.

Concorrência chinesa

Mas o documento diz que a relação entre os dois países não é satisfatória porque a Itália é apenas o 8°colocado como parceiro comercial do Brasil.

Os italianos investiram muito no país entre os anos 50 e 70. Com a Alemanha e os Estados Unidos, contribuíram para criar o tecido industrial brasileiro, segundo o embaixador brasileiro em Roma, Adhemar Bahadian.

Depois disso, houve um longo período de estagnação em que a Itália perdeu posição no ranking dos investidores no Brasil, ficando abaixo de Espanha e Portugal.

Um dos setores mais interessantes, de acordo com Bahadian, é o sistema italiano dos distritos industriais.

“Queremos aprofundar o conhecimento dessas redes de pequenas e até microempresas que se auto alimentam.” disse o embaixador.

Na Itália, os distritos industriais estão atravessando uma fase crítica, devido à concorrência chinesa, assunto que vai ser tratado com o empresariado brasileiro.

“A concorrência asiática estará no centro de nossas discussões no Brasil”, afirmou Montezemolo. Ele disse que vai propor uma grande aliança entre empresas italianas e brasileiras contra a concorrência desleal.

Polo do luxo

Além de representar os interesses dos empresários italianos, como presidente da federação das indústrias, Luca di Montezemolo vai cuidar de seus negócios no Brasil, país com o qual disse ter um caso de “amor, paixão e interesse”.

“É incrível que em cada atividade profissional minha –como presidente da Fiat, da Ferrari, da Cinzano, em minha atividade no campo do futebol e até na vida pessoal, há uma ligação com o Brasil”, comentou Montezemolo.

Ele recordou também que aos 18 anos, como presente de formatura na escola, escolheu uma viagem ao Brasil.

O presidente da Fiat controla, na Itália, um verdadeiro “polo do luxo”.

Além da Ferrari, um dos automóveis mais caros do mundo, suas empresas produzem objetos e móveis requintados e de design, para um público de altíssimo poder aquisitivo.

Na viagem ao Brasil, Montezemolo vai pedir menos impostos para a importação destes produtos.

BBC

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