A inclusão de 16 alunos surdos em turmas regulares da 4ª à 6ª série do ensino fundamental constitui o núcleo do projeto-piloto desenvolvido pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Barão de Cerro Largo, da cidade de Rio Grande (RS), em parceria com o Conselho Escolar. A escola tem 520 alunos da educação infantil, fundamental e especial.
A ação positiva está relatada no Banco de Experiências Exitosas do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares desenvolvido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) desde maio de 2005. Em abril de 2006, o banco registrou 19 experiências de conselhos escolares realizadas em escolas públicas de Alagoas, Amapá, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
O Conselho Escolar da escola gaúcha, hoje com 11 anos de atividade, criou em 2004 um projeto-piloto de inclusão de alunos surdos na 4ª e 5ª séries regulares do ensino fundamental. Até 2003, a escola atendia estudantes surdos até a 3ª série e a partir daí o aluno não tinha opção na cidade: repetia a série para não sair da escola, deixava a escola ou, nos casos mais raros, quando a família tinha recursos, mandava o filho estudar em Pelotas, pois em Rio Grande a rede pública não tem escola especial.
Para resolver o problema, o Conselho Escolar e a direção da Barão de Cerro Largo decidiram ampliar o processo de inclusão com a contratação de intérpretes na Língua Brasileira de Sinais (Libras) para auxiliar os professores na sala de aula. A ação foi bem recebida pela comunidade e em 2005 o projeto foi renovado e ampliado para a 6ª série do ensino fundamental. Entre os bons resultados conquistados pela experiência, o Conselho Escolar destaca: os alunos ouvintes aprenderam a linguagem de sinais, a integração escolar melhorou e o aproveitamento dos alunos surdos surpreendeu os professores e coordenadores pedagógicos. A capacidade de concentração dos estudantes surdos é muito grande e se reflete principalmente no aprendizado de matemática, diz o relato.
Informática – Entusiasmados com a boa aceitação do projeto e com o rendimento dos alunos, a direção da escola e o Conselho Escolar decidiram oferecer aos alunos surdos, aos com baixa visão e deficientes mentais aulas básicas de informática dentro do Projeto de Informática na Educação Especial. Atualmente estão no projeto seis estudantes: dois com deficiência auditiva, dois com deficiência mental e baixa visão, e dois com altas habilidades (superdotados) da 3ª série do ensino fundamental. Eles estudam com 57 alunos ouvintes regulares.
Relato – Para participar do Banco de Experiências Exitosas, a escola deve relatar seu trabalho em três momentos: como era a escola antes da criação do conselho; como foi a construção; e que resultados a escola obteve a partir da gestão democrática. Para inscrever o trabalho, o Conselho Escolar poderá consultar o Manual de Operação do Banco de Experiências Exitosas e também a ficha de inscrição disponíveis na página eletrônica da SEB. A escola que desejar fazer o cadastro por carta deverá encaminhá-la para o endereço: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – Esplanada dos Ministérios, bloco L, sala 526 – CEP 70.047-900 – Brasília (DF). Informações também pelo telefone gratuito 0800-616161.