Clonagem de programas toma conta da TV brasileira

A atual grade de programação das emissoras brasileiras está cheia de “clones”. É fácil notar que muitos dos “novos programas” levados ao ar nada mais são do que verdadeiras cópias de outros que já fazem parte do cotidiano da tevê. Seja no conteúdo em si, seja até no ambiente cenográfico, as “clonagens” se proliferam.

A Record, por exemplo, com freqüência busca inspiração nos programas levados ao ar pela concorrente Globo. O exemplo mais recente são as mudanças sofridas no Jornal da Record, que passou a contar com uma dupla de apresentadores, cenários que destacam a redação ao fundo, além de reportagens mais curtas. Tudo para ficar com a “cara” do rival Jornal Nacional.

Mas não é somente no principal telejornal da “casa” que a Record segue os “passos” globais. Outros programas seguem o padrão da Globo. É o caso do dominical Domingo Espetacular, uma revista eletrônica que lembra, e muito, o “balzaquiano” Fantástico. Assim como o original, o programa conta com reportagens especiais, interatividade com os telespectadores e matérias sobre natureza, sociedade e esportes, entre outras.

Além disso, outra semelhança que salta aos olhos é o cenário, onde os apresentadores Lorena Calábria e Paulo Henrique Amorim, de pé, podem “passear” pelo estúdio. É o mesmo artifício usado no concorrente, em que Glória Maria e Zeca Camargo também podem “vagar” pelo cenário. Outro que também busca “inspiração” na Globo é o Repórter Record, um “clone” do Globo Repórter. Com reportagens temáticas que são levadas ao ar durante toda a edição, o Repórter Record segue o mesmíssimo formato do rival.

O programa tem a companhia do No Coração do Brasil, da Band, e do SBT Repórter, do SBT, também seguem a mesma linha do Globo Repórter. No primeiro, apresentado por José Luiz Datena, as reportagens também costumam abordar assuntos ligados à natureza. Já o segundo, que antes era comandado por Hermano Henning, se prepara para voltar à grade do SBT sob a “batuta” de César Filho.

Mas é mesmo na Record que as “clonagens” de programas encontraram terreno fértil. É o caso de O Melhor do Brasil, que segue a mesma linha do “jurássico” Programa Raul Gil, da Band. Apesar de carismático e de Márcio Garcia comandar com mãos firmes, o programa mantém a mesma e desgastada fórmula do concorrente, que, por acaso, ocupava as tardes de sábado da Record.


TV Press