Líderes católicos alemães entraram na terça-feira com medidas legais para impedir que a MTV transmita um seriado polêmico que retrata o papa como um maníaco por pula-pula.
Furiosos, os bispos do Estado da Bavária, terra do papa Bento 16, entraram com uma injunção contra a emissora, que planeja exibir o primeiro episódio do seriado “Popetown” na noite desta quarta-feira.
A injunção diz que “Popetown” — arquivado na Grã-Bretanha após uma onda de protestos — insulta os católicos ao mostrar o papa saltitando no pula-pula pela basílica de São Pedro, em Roma, e satiriza as cerimônias religiosas.
“Dessa forma tanto a fé católica quanto a Igreja Católica são expostas ao ridículo, o que não é justificado pela liberdade de opinião, de arte, de imprensa nem de transmissão”, disse a arquidiocese de Munique e de Freising em um comunicado.
O canal para jovens disse que planeja exibir um episódio e medir o apetite dos espectadores por mais.
“Inicialmente, vamos transmitir esse primeiro episódio e depois tomar uma decisão com base no feedback dos telespectadores”, disse Mats Wappmann, porta-voz da MTV em Berlim.
Os bispos também atacaram o canal de televisão por causa de uma campanha publicitária que mostrou Jesus aparentemente descendo da cruz para se sentar numa cadeira de balanço e assistir ao programa.
A MTV disse estar preparada para a resistência a “Popetown”, mas foi surpreendida pela extensão da medida da Igreja Católica.
A MTV convidou representantes da igreja, um partido político de jovens e telespectadores para discutir os méritos do programa em um debate depois do desenho animado, que será exibido na quarta-feira.
A rede britânica BBC desistiu de exibir “Popetown” em 2004 depois que os executivos decidiram que o seriado não era engraçado o suficiente para justificar a ofensa potencial que poderia causar aos cristãos. Entretanto, os episódios estão disponíveis para download na Internet.
Escrito pelo comediante Mackenzie Crook, ator da sitcom The Office, “Popetown” retrata o pontífice como um roliço senhor de 77 anos, obcecado pelo seu pula-pula e cercado por brinquedos. O Vaticano aparece como um escritório, com o papa como o chefe e os cardeais como seus funcionários.
Reuters
