Cotidiano

1.200 agressões nas escolas no ano lectivo 2004/2005

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O Departamento de Segurança do Ministério da Educação (ME) registou no ano lectivo 2004/2005 mais de 1.200 agressões dentro das escolas, disse hoje à agência Lusa o presidente da Associação Nacional de Professores (ANP).

João Grancho referiu que o relatório daquele departamento relativo ao último ano lectivo indica que 191 alunos, professores e funcionários de escolas portuguesas tiveram de receber tratamento hospitalar devido a agressões no interior dos estabelecimentos.

«Estes números mostram que a violência nas escolas não é tão residual como o Ministério da Educação afirma», salientou João Grancho, afirmando que a sucessão de casos «começa a dar nota de que há um problema que é necessário antecipar em termos de medidas preventivas».

Uma professora da Escola EB 2,3 do Cerco, Porto, foi hoje agredida dentro da sala de aula por um aluno de 15 anos, tendo necessitado de tratamento hospitalar.

A violência nas escolas vai estar em discussão sexta-feira e sábado em Segóvia, Espanha, no IV Encontro Luso-Espanhol de Professores, uma organização conjunta da ANP e da sua congénere espanhola (ANPE) que vai reunir cerca de 140 docentes dos dois países.

O presidente da ANP realçou que «já vão surgindo em algumas escolas portuguesas fenómenos de ‘bullying’, caracterizados por violência gratuita entre alunos», o que deve merecer das autoridades uma atenção redobrada.

João Grancho reconheceu que «a realidade espanhola é claramente mais grave, com focos de violência extrema e continuada», pelo que no encontro de Segóvia os professores portugueses poderão colher experiências sobre como actuar perante acções violentas.

«Regra geral, os professores não estão preparados para reagir a situações de violência, quer de pais quer de alunos», salientou.

No encontro, a investigadora da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa Margarida Gaspar Matos vai apresentar os resultados do estudo «Violência na Escola: vítimas, provocadores e outros», de que é co-autora.

Este estudo envolveu 6.903 alunos de 191 escolas, tendo os autores concluído que os actos de violência «atingem o pico aos 13 anos» (idade dos agressores), enquanto as vítimas têm em média 11 anos.

Os rapazes envolvem-se mais em actos de violência do que as raparigas, existindo com mais frequência associações a consumo de tabaco e álcool e a envolvimento em lutas e porte de armas.

«Geralmente, os jovens que se envolvem em actos de violência apresentam um perfil de afastamento em relação à casa, família e escola», salientam os autores do estudo.

Diário Digital / Lusa

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