A maré, definitivamente, não anda boa para o governador Ricardo Coutinho. Não seria exagero dizer que sua gestão caminha para fechar o ano emperrada, sem obras de grande porte e muito distante do leque de promessas que atraiu o eleitor paraibano durante a campanha do ano passado. O governo tem ações pontuais, devemos admitir, mas isso é pouco para o tanto que foi empenhado na palavra do então candidato socialista, que se dizia disposto a construir “uma nova Paraíba”.
Se é essa a “nova Paraíba” prometida por Ricardo, o eleitor pode ter entendido errado. As ruas apontam insatisfação com as medidas administrativas implantadas até agora. As pesquisas também. Terceirização da Saúde, servidores em greve e a insegurança reinante fazem parte do histórico da gestão que se instalou desde janeiro. Um quadro contrastante com o que esperavam os paraibanos crentes nas melhorias pregadas pelo PSB.
Além das deficiências administrativas, RC tem sido alvo de inúmeras denúncias que batem à sua porta diuturnamente. Quando não, passeiam pelos jardins do seu maior pupilo, o prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, e acabam respingando também, mesmo que indiretamente, na sua imagem política. Denúncias graves que fizeram o governador trocar o campo político pelo jurídico, ameaçando processar seus acusadores, de agora em diante.
Fizeram ainda o governador disparar contra os adversários adjetivos até então inimagináveis no âmbito do socialismo por ele pregado desde a época em que defendia as bandeiras avermelhadas do PT. Ricardo, inclusive, fez questão de “retwittar”, ao vivo e a cores, declarações postadas em sua página na internet, semana passada. Em entrevista ao repórter Rubem Júnior, nesta quinta-feira (17), confirmou que, a partir de agora, acionará a justiça contra seus algozes. Mais um ingrediente da “nova Paraíba”.
Para quem achava suficiente tanto aperreio, não é que surgiu um novo e sério dilema. O governador deparou-se com as chamas inesperadas do tal “fogo amigo”. Aquele em que os atiradores são os próprios aliados.
Políticos ligados ao senador Cássio Cunha Lima (logo dele), em Campina Grande, se deslocaram até Brasília só para se queixar do tratamento que a Rainha da Borborema vem recebendo do Governo do Estado. Chegaram ao ponto de sugerir o rompimento, que Cássio tanto descarta, com Ricardo. Pode?
Com um quadro tão desalentador, só com muito equilíbrio e sal grosso.
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Novo ritmo
O ex-vereador Pinto do Acordeon parece ter mudado de ritmo. Pelo menos na política. Quer lançar como sucessor o filho Cicinho Lima, cantor evangélico. A Câmara Municipal de João Pessoa pode trocar o forró pela música gospel.
Cartaxo fora
Já inventaram de tudo. Desde a indicação do vice de Luciano Agra e de José Maranhão até uma candidatura de Luiz Couto a prefeito. Por que será que tem tanta gente querendo tirar Luciano Cartaxo da jogada, hein?
Chica Motta e Dineudes
A deputada Chica Motta parece ser a única alternativa do prefeito Nabor Wanderley para vencer a eleição em Patos. E o PMDB ainda pode dar a vice a Dineudes Wanderley, sobrinho de Dinaldo. Coisas da política.
Última
“Hay que endurecer, pero sin perder La ternura jamás”.
(Che Guevara)