Não acho errado um político elogiar a postura do adversário. Nem tampouco a administração, caso se trate de um gestor público. O que não entra na minha cabeça é um político falar mal dos próprios aliados somente para agradar aos adversários. É, no mínimo, contraditório, para não usar o termo mais adequado em situações como esta.
Fico impressionado, por exemplo, com a postura do ex-senador Wilson Santiago. Embora seja do PMDB e não tenha poupado adjetivos a Ricardo Coutinho na campanha eleitoral de 2010, Santiago passou a ser “fã de carteirinha” do socialista após sua posse como governador do Estado. De repente, sem motivo aparente, também passou a atacar a gestão do ex-governador José Maranhão, antecessor de Ricardo e comandante maior do PMDB na Paraíba.
Se não, vejamos o que diz o portal Diário do Sertão, nesta terça-feira, em matéria relatando entrevista do ex-senador peemedebista: “O ex-senador (Wilson Santiago) avaliou o primeiro ano de Governo de Ricardo Coutinho (PSB) e fez rasgados elogios, afirmando que o socialista encontrou o Estado com muitas dificuldades financeiras, mas teve habilidade para sanear as finanças da Paraíba e projetá-la para o desenvolvimento no futuro”.
Em outro trecho, a matéria traz o seguinte: “Segundo o peemedebista, Ricardo cometeu alguns equívocos quando demitiu os prestadores de serviços e reduziu os salários dos funcionários, mas disse que o governador tem condições de construir um grande projeto administrativo para a Paraíba e dá um novo rumo para o seu futuro”.
Convenhamos, torcer para que o novo governo dê certo, é uma coisa. Rasgar elogios ao novo governador, isso até Santiago já tinha feito antes. Agora, dizer que “Ricardo encontrou o Estado com muitas dificuldades financeiras e teve habilidade para sanear as finanças da Paraíba e projetá-la para o desenvolvimento no futuro”, é demais. É discurso de governista. Afinal, o PMDB de Santiago é ou não o principal partido de oposição atualmente na Paraíba?
Será que Santiago não sabe ainda ou não lembra mais que José Maranhão era governador antes de Ricardo Coutinho assumir? Será que esqueceu também que o próprio Maranhão, Veneziano, Vitalzinho e tantos outros aliados seus na última campanha fazem hoje oposição ao Governo do Estado?
Se o ex-senador realmente foi acometido de uma amnésia aguda repentina, após perder o mandato, a mudança de discurso é justificável. Agora, se não for esse o caso é de se pensar que o homem já teria tomado outro rumo político e apenas “esqueceu” de avisar aos ex-aliados.
Caos na Educação – O Ministério Público deve receber nesta quarta-feira relatório sobre fiscalização efetuada em quase 1.700 escolas públicas na Paraíba. Pelo que se sabe, a situação de grande parte delas é de fazer vergonha. Há casos até da falta de banheiros.
Desperdício – A rodovia que liga os municípios de Malta e Vista Serrana, no Sertão, chegou ao estágio de compactação do solo, no governo Maranhão III. Com a mudança de governo, foram-se as máquinas e a esperança da população de vê-la concluída. Ficou apenas o prejuízo do que foi gasto com o início da obra.
Trócolli em Cabedelo – Depois de conquistar a família Braga (Wilson e Lúcia), o deputado Trócolli Júnior pode anunciar, até o carnaval, mais um apoio de peso à sua pré-candidatura a prefeito de Cabedelo. Portanto, para quem duvidava que o homem “se mudaria” para a cidade portuária…