A oposição não percebeu ainda, mas está sendo “engolida” por uma estratégia imposta pelo Palácio da Redenção a partir da desistência do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, de concorrer à reeleição. Os pré-candidatos José Maranhão (PMDB), Cícero Lucena (PSDB) e Luciano Cartaxo (PT), além de metade da Paraíba, esperavam que Agra “chutasse o pau da barraca” logo na coletiva em que se confirmou sua substituição pela secretária de Planejamento, Estelizabel Bezerra.
Ou, pelo menos, desse sinais claros de que isso poderia acontecer no decorrer da campanha. Viram o contrário. Agra não só frustrou tal expectativa, como garantiu apoio à nova pré-candidata do PSB. Se foi sincero ou não, só o tempo dirá.
A partir daí, o esquema midiático ligado ao Governo do Estado e à Prefeitura de João Pessoa passou a focar o noticiário nas possibilidades eleitorais de Estelizabel, idéia amplamente endossada pela oposição. Não satisfeitos, os governistas passaram a estimular uma disputa interna entre a socialista e o secretário de Comunicação Nonato Bandeira, do PPS, também interessado na sucessão municipal. E, hoje, não se fala em outra coisa.
A oposição engoliu a isca e parece não querer largar tão cedo. Esqueceu dos problemas do Estado, da cidade e dos seus próprios. Não parece interessada em outra coisa a não ser no nome que o governador Ricardo Coutinho (sim, porque será dele a última palavra) escolherá para disputar a eleição.
Confesso que não vejo tanta importância nessa escolha. Seja qual for, será um candidato forte porque, independente do nome, estará amparado por uma estrutura poderosa fincada entre o Governo do Estado e a PMJP. Ninguém se engane.
Se querem manter o favoritismo, Maranhão, Cícero, Cartaxo e seus seguidores devem retomar o discurso oposicionista e esquecer as decisões internas dos adversários. Ao invés de avaliar o potencial alheio, poderiam estar “costurando” alianças, buscando atrair apoios, e montando seus programas de governo para apresentar à população. E, principalmente, agindo como oposição.
Armando de novo – O que teria levado o ex-deputado Armando Abílio a declarar apoio irrestrito ao secretário de Comunicação Nonato Bandeira (PPS), após romper com o governador Ricardo Coutinho (PSB) e vetar a entrada do PTB no Conselho Político do prefeito Luciano Agra? Dizem por aí que a mudança de gosto teria a ver com uma certa emissora de rádio. Pelo jeito, Armando mudou de gosto, mas não de hábito.
PPS continua dividido – Na ânsia de ver Notando Bandeira candidato a prefeito, o presidente interino Bruno farias esqueceu até das divergências internas que o PPS enfrenta. Mas, Janduhy Carneiro não. O deputado garante que, inclusive, vai disputar a indicação como pré-candidato a sucessão de Luciano Agra. E brigar também por mudanças na direção estadual. Antes da batalha externa com Estelizabel, Nonato terá que apagar o fogaréu no seu próprio terreiro.
Expedito fora? – Ano passado, postei nota na coluna lembrando que o prefeito Jota Júnior (PMDB) decidiria a sucessão municipal em Bayeux, apesar do desgaste administrativo tão alegado pela oposição. Pois bem, o prefeito nem lançou candidato ainda, mas já tem a seu favor a provável saída do páreo do ex-prefeito Expedito Pereira, um dos favoritos. O nome que Jota escolher enfrentará a ex-prefeita Sara Cabral e o vereador Fofinho, ambos com pendências judiciais.