De todas as chagas que afetam a Paraíba, nenhuma assusta mais que a violência. Assusta não só no sentido de impor medo à população, mas também no sentido de admitir que a máquina da segurança pública tornou-se ineficiente e ociosa, podendo ser, eventualmente, substituída pelos próprios cidadãos, sedentos de vingança diante de tantos crimes hediondos registrados no seu dia-a-dia.
De uma hora para outra, João Pessoa passou de uma cidade tranqüila e pacata para uma das capitais mais violentas do país. E não adianta dizer que o crescimento da violência é um problema nacional ou até mundial. O povo não aceita mais esse jargão como desculpa dos assaltos, seqüestros e assassinatos praticados à luz do dia. O caso do jovem Bruno, morto sem dó nem piedade por delinqüentes contumazes travestidos de seres humanos, mexeu com uma ferida antiga, exposta a olho nu. Só não enxerga, quem não quer.
Antes mesmo dos bandidos serem presos, a comoção já tomava conta da população. As redes sociais foram entupidas por mensagens de solidariedade à família e de protesto contra a violência. Mesma coisa aconteceu com os programas de rádio. Mas, o sentimento de perda logo foi substituído pelo de vingança, diante da frieza dos criminosos apanhados pela polícia. Mataram para roubar. Poderiam ter roubado matar. Mas, nem diante dos apelos da vítima os marginais cederam.
A forma como mataram o rapaz e a frieza como narraram o episódio deixaram marcas profundas. Não só nos familiares, mas em todos que souberam do crime. Foi como reviver um filme de terror, exibido a cada dia nos quatro cantos do Estado. Se algo não for feito para reverter ou, pelo menos, minimizar os estragos dessa realidade, não sei até quando o cidadão comum manterá essa vingança apenas como um sentimento.
Nonato entra em campo – Até então, o jogo para escolha do candidato governista a prefeito da Capital tinha apenas uma equipe: a de Estelizabel Bezerra, indicada pelo PSB. Mas, o secretário de Comunicação, Nonato Bandeira, decidiu colocar o time em campo. Assumiu a indicação do PPS e agora vai para o tudo ou nada. Nem a vaga de vice o homem quer.
PP está livre, leve e solto – O vereador Durval Ferreira disse hoje, com todas as letras, que o PP pode indicar o vice de qualquer um dos pré-candidatos já lançados, inclusive os da oposição. Também não descartou a candidatura própria. Em outras palavras, o PP agora está livre, leve e solto para tomar suas decisões. Falou com autoridade de “ministro”.
Jota comanda processo – O prefeito Jota Júnior se afasta do cargo por dez dias, mas vai continuar comandando o processo sucessório municipal em Bayeux. Sem pressa, Jota garante que, na hora certa, vai anunciar seu candidato e as alianças que garantirão a eleição do seu sucessor. Vamos aguardar.