A ausência do governador Ricardo Coutinho já era esperada. Afinal, ele próprio deixou claro sua preferência por Estelizabel Bezerra, indicada pelo PSB. Surpresa mesmo, no Congresso Estadual do PPS, foi a presença do senador Cássio Cunha Lima e do prefeito Luciano Agra.
Cássio porque o PSDB tem pré-candidato lançado, o também senador Cícero Lucena, que espera seu apoio para voltar à Prefeitura de João Pessoa. E Agra porque, a exemplo de Ricardo, vota na pré-candidata do PSB. Mesmo assim, o prefeito chegou ao Hotel Ouro Branco acompanhado do pré-candidato do PPS, Nonato Bandeira.
O PPS conseguiu o que queria. Renovou sua direção estadual sem maiores problemas, inclusive na presença de integrantes da executiva nacional. Nonato também. Reuniu representantes dos partidos que lhe apoiam, numa festa que mais parecia convenção para homologação de candidatura. Além de Cássio e Agra, o deputado federal Efraim Filho (DEM) e os estaduais Tião Gomes (PSL) e Genival Matias (PT do B), prefeitos e vereadores, prestigiaram o evento.
Com Ricardo ausente, esperava-se discursos inflamados e até provocadores. Não foi o que se viu. Os oradores usaram palavras firmes, mas conciliadoras. Começando por Cássio, o primeiro a falar após o vereador Bruno Farias abrir os trabalhos.
O senador fez questão de lembrar que seu partido tem pré-candidato, estando na mesma condição do PSB, do PDT e do próprio PPS, partidos da base governista. Disse que a sucessão municipal transformou-se num verdadeiro “balaio de gatos”, de tão indefinida, e insistiu em preservar a aliança com o PSB, celebrada em 2010, independente de quem apoiar para prefeito de João Pessoa em outubro próximo.
Cássio também prometeu esgotar o diálogo com todos os partidos sobre o processo eleitoral.
Deu o seu recado e seguiu para outro compromisso. O tom conciliatório foi seguido à risca pelos socialistas e aliados, incluindo o pré-candidato Nonato Bandeira. Em suma, o PPS não só marcou presença. Deu também demonstração de força. Só falta agora convencer o governador de que o partido pode ser uma alternativa viável. Disso depende a consolidação dos apoios que Nonato recebeu e a manutenção do discurso conciliatório por ele e seus seguidores.