Passei o dia inteiro tentando responder a uma pergunta que me deixou engasgado nos últimos momentos da política do nosso estado: qual o verdadeiro papel do parlamento? Qual o seu sentido? As suas funções? E quais as obrigações de um deputado quando recebe do povo a autorização para representá-lo?
Tudo bem que todos nós sabemos as respostas, mas cheguei à conclusão que todas elas ficaram ultrapassadas, tendo em vista os mais recentes incidentes envolvendo a oposição e a situação, ou seja, cassistas e maranhistas.
A Assembléia Legislativa não merece um espetáculo tão deprimente que ora verificamos. E tudo por conta de um pedido de empréstimo feito pelo governo. Ora, mas se o governador não fosse maranhão o impasse estaria acontecendo do mesmo jeito, com as mesmas questiúnculas. Disso eu também sei.
Mas a questão não é essa. O foco é outro. Se o sentido do parlamento é a discussão em torno dos assuntos que envolvem o nosso estado, a assembléia não poderia, nesse momento, estar se negando a decidir sobre um determinado assunto, por mera artimanha regimental de sua mesa diretora.
A verdade é que se a oposição tem tanta certeza que o projeto que pede autorização para contrair o empréstimo será rejeitado, então coloque o pedido para que os parlamentares analisem.
Não custa nada livrar a Casa de Epitácio Pessoa desse espetáculo nefasto que ora assistimos. Coitada da história do nosso parlamento não merece tanta exposição deprimente, causada pela incapacidade dos nossos políticos de respeitar a palavra “DEMOCRACIA”.
O parlamento requer debate, exige o respeito à diversidade de opiniões. Um parlamento não pode se dá ao luxo de evitar ou impedir o debate livre e aberto sobre os temas que estão encravados no seio da sociedade e do seu cotidiano.
Parlamento que não discute os pensamentos divergentes, as polêmicas, não tem razão de existir.
A sociedade exige um ponto final nesse espetáculo circense.